Florianópolis é a segunda melhor capital do país para se viver. Apesar de aparecer quase no topo da lista, o município ainda tem muitos desafios, principalmente na área de saneamento, como aponta o levantamento. Além disso, Florianópolis teve uma queda, já que era líder entre as capitais em 2005 e caiu para segunda posição em 2015, apesar de ter aumentado o índice de 0,612 para 0,686 – avaliação vai de 0 a 1.
A informação faz parte do estudo Desafios da Gestão Municipal, feito pela Macroplan Prospectiva Estratégia & Gestão com dados de 2005 e 2015. As avaliações levam em conta indicadores divididos em quatro áreas: educação e cultura, saúde, segurança e saneamento e sustentabilidade.
— De maneira geral Florianópolis tem bons indicadores quando comparado com o resto do país. Mas ela caiu de posição na década, isso é grave porque ela até melhorou em alguns indicadores, mas a velocidade de melhora não foi suficiente para que ela tivesse uma posição melhor — Glaucio Neves, diretor da Macroplan e responsável pelo estudo.
A pior colocação de Florianópolis aparece no quesito saneamento e sustentabilidade. Apesar de ter aumentado de 0,688 para 0,758 entre 2005 e 2015, isso não foi suficiente para sair do 13º lugar entre as 27 capitais. Neves explica que a cidade teve queda de posição no indicador de esgoto tratado, o que pode ter sido provocado por um crescimento desordenado da cidade.
O menor índice da Capital catarinense está em educação, com 0,619, ainda assim, aparece na segunda colocação neste quesito em relação às demais capitais. Também é o quesito que teve o maior salto entre 2005 e 2015, saindo de 0,467 para 0,619. Neste aspecto são analisados dados referentes a matrículas, quantidade de museus e Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
Em saúde teve a única queda entre as quatro áreas, caindo de 0,675 para 0,671. Com a queda perdeu o primeiro lugar entre as capitais para aparecer na quinta colocação. Aí entram dados como cobertura das equipes de atenção básica e taxa de mortalidade. O maior índice da Capital aparece em segurança, com 0,851, o que levou à cidade a saltar do sétimo para segundo lugar no ranking. Esse indicador leva em conta taxa de homicídios e mortes no trânsito.
Neste ano, Florianópolis também apareceu como segunda melhor cidade para se viver depois dos 60 anos, atrás apenas de Santos-SP. O Índice de Desenvolvimento Urbano para Longevidade (IDL), levantamento feito pelo Instituto de Longevidade Mongeral Aegon e a Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV/EAESP), levou em consideração diversos aspectos, desde termos econômicos, sociais, culturais até a estrutura da rede hospitalar.
Entenda o estudo
– O levantamento Desafios da Gestão Municipal considera quatro áreas para formar o índice-base do ranking, o IDGM. Os setores englobados são saúde, educação, segurança e infraestrutura e sustentabilidade e a comparação é entre os anos de 2015 e 2005. Os dados usados para fazer o ranking são públicos e divulgados pelos governos federal, estaduais e municipais.
– No caso da saúde, são considerados os itens taxa de mortalidade infantil, percentual de cobertura das equipes de atenção básica, taxa de mortalidade prematura por doenças crônicas não transmissíveis e proporção de nascidos vivos com mães com 7 ou mais consultas de pré-natal.
– Na educação, considera-se os itens Ideb ensino fundamental I (notas das escolas públicas), IDEB ensino fundamental II (notas das escolas públicas), taxa de matrículas em creche sobre o total de crianças entre 0 e 3 anos e a taxa de matrículas em pré-escola sobre o total de crianças entre 4 e 5 anos de idade.
– No caso da segurança, leva-se em conta a taxa de homicídios e a taxa de óbitos no trânsito (por 100 mil habitantes).
– Na infraestrutura e sustentabilidade, considera-se o índice de esgoto tratado, o índice de atendimento de água, a taxa de perdas na distribuição de água e a taxa de cobertura de coleta de lixo domiciliar.
(Diário Catarinense, 24/04/2017)
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