A boa gestão pública tem que pensar para frente, planejar, buscar soluções globais para os problemas da cidade. Mas não pode esquecer das questões pontuais, que não são poucas. Praças abandonadas, por exemplo, é uma situação corriqueira em Florianópolis, exceto pelas que foram adotadas pela iniciativa privada, como a 15 de Novembro (Koerich) e a Getúlio Vargas (WOA). Dá para relacionar pelo menos umas 30 que não recebem qualquer tipo de manutenção, raras vezes são visitadas pela Floram ou pela Comcap – ou mesmo pelos servidores das secretarias de Obras e do Continente.
Essa é uma observação, de quem circula muito pelas ruas de Florianópolis
Há outras, muitas outras, como a proliferação impressionante de buracos, alguns já fazendo aniversário – 1, 2 ou 3 anos. “Ah, foi o prefeito anterior que não consettou”. Esse papo não cola. A responsabilidade é de quem está no poder há 101 dias. Faltam recursos? Sabemos disso. mas há casos que podem ser resolvidos com um pouco de criatividade e pouco dinheiro. Para isso tem que existir uma razoável dose de boa vontade e bastante espírito público.
No calçadão há um exemplo de como as coisas são enroladas, difíceis até de compreender. Como esse estrago apresentado na imagem, que registrei na semana passada. A peça de concreto, dos tempos da implantação do calçadão da Felipe Schmidt, não tem muita serventia, mas está nesse estado lamentável. Conforme pesquisei, o dano foi causado pelo tráfego intenso de caminhões, em especial aqueles carros-fortes que recolhem dinheiro das lojas e das lotéricas. Mas a pergunta que vem à mente de imediato: quantas colheres de cimento seriam necessárias para consertar esse estrago? Duas, três? Qual o custo disso, ainda mais se o cimento for aproveitado de alguma outra obra? Zero. Em 20 minutos, talvez 30, um operário conseguiria recuperar a peça, reduzindo o risco que ela hoje apresenta aos pedestres.
Mais uma: em algumas sinaleiras da cidade existe um dispositivo sonoro que é utilizado durante o dia para a travessia de pedestres cegos. É um apito intermitente, que dispara todas as vezes em que o sinal fica verde para os pedestres. Num caso em especial a situação é absurda: numa área residencial, esquina da Avenida Rio Branco com a Rua Esteves Júnior, a geringonça funciona a noite inteira, tirando o sono dos moradores do entorno. Já houve protestos, queixas encaminhadas à prefeitura, mas ninguém faz nada. Quanto custaria programar a desativação desse negócio para o período das 22h às 6h da manhã? Nada. Apenas um comando de computador. Aliás, os postos de combustíveis que têm bombas de ar para calibrar pneus há muito tempo não utilizam o equipamento durante a noite, justamente por causa do barulho que fazem.
Leia na íntegra em Notícias do Dia Florianópolis, 10/04/2017.
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