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Moradores protestam contra poluição da bacia do rio Ratones, no Norte da Ilha

Moradores do Norte da Ilha, em Florianópolis, protestaram na manhã deste domingo contra a poluição da bacia do rio Ratones. O ato ocorreu entre 10h e 11h, na SC-402, que dá acesso a Jurerê e Daniela. Faixas, cartazes e um carro de som foram usados para chamar a atenção sobre a poluição.

Cerca de 30 pessoas participaram da manifestação, que teve apoio da Polícia Militar Rodoviária de Santa Catarina (PMRv-SC). A pista no sentido Centro-bairro foi bloqueada por cerca de 1h e o trânsito foi desviado pelo acesso ao Stage Music Park, permitindo que o tráfego não ficasse totalmente parado. Com a lentidão para passar pelo desvio, os manifestantes entregavam uma carta aberta aos motoristas no local.

O protesto tinha como mote a defesa da balneabilidade das praias e baías do Norte da Ilha, pensando no meio ambiente, saúde pública, pesca artesanal, maricultura e turismo de Florianópolis.

— A poluição nos rios da bacia é fruto do esgoto in natura jogado pela comunidade do entorno e também do despejo do efluente tratado a apenas 90% da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Canasvieiras, que jogava no rio do Braz e agora joga no Papaquara. Hoje é jogado em torno de 170 l/s de efluente no rio que tem uma vazão de 420 l/s. É muito esgoto, não tem rio que resista — diz o presidente da Associação de Moradores de Ratones, Flávio De Mori.

As principais reivindicações da carta aberta são a recuperação ambiental dos rios do manguezal de Ratones, instalação de uma Unidade de Recuperação Ambiental (URA) no rio Papaquara e limpeza e desassoreamento do leito dos rios do manguezal.

— É preciso resolver o problema. A poluição pode prejudicar não só a natureza, mas até a saúde pública no Norte da Ilha. A poluição que ocorreu no rio do Braz tem grande chance de viro pro outro lado da bacia, aqui em Sambaqui, Daniela e Ratones, prejudicando a balneabilidade e colocando em risco a vida das pessoas — avalia a diretora de meio ambiente do Conselho Comunitário Pontal do Jurerê (CC Pontal – Praia da Daniela), Elisa Vieira Queiroz.

Também são cobradas a implementação de soluções técnicas para regiões sem rede coletora de esgoto, aumento das fiscalizações e do rigor nas punições sobre quem despeja esgoto nos rios e córregos, fortalecimento do programa Floripa Se Liga na Rede, maior orientação para a população sobre o destino do esgoto, maior controle e fiscalização sobre limpa-fossas e ônibus de turismo e discussão de modelo e revisão de metas de esgotamento sanitário, entre outras ações.

(Diário Catarinense, 26/03/2017)

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