Leilão do aeroporto Hercílio Luz abre portas para o futuro do turismo em Florianópolis

(Por Moacir Pereira, Diário Catarinense, 17/03/2017)

O leilão de privatização de mais quatro aeroportos foi um sucesso e revelou, sobretudo, que os investidores estrangeiros já têm mais confiança no Brasil. Aliás, credibilidade já detectada pelas agências de risco.

Valeu pela outorga do novo terminal à Zurich International Airport, que tem recursos financeiros, capacidade técnica e experiência mundial na construção e administração de aeroportos. O turismo e as atividades econômicas do Estado poderão se beneficiar, sob múltiplos aspectos, com mais este fato positivo.

A Ilha de Santa Catarina não comporta, definitivamente, turismo de massa. As restrições são até de ordem física. Os turistas de “pão de trigo e mortadela” que por aqui andaram aos milhares no último verão só trouxeram poluição e problemas. O perfil da cidade exige turismo qualificado, de gente endinheirada, para elevar os empregos os salários.

Na concessão há uma questão relevante: prevê apenas mais 100 metros na pista. Não aumentará o mercado em nada. A pista atual, com 2.300 metros, já recebe Boeing 737-800 e similares, que atendem o mercado do Mercosul e latino-americano. Os especialistas dizem que a pista tem de ser ampliada para 3 mil metros. Permitirá voos comerciais e fretados diretos de Florianópolis para Lisboa e outras cidades europeias.

Outro desafio: só o aeroporto novo não resolverá a paralisia atual do turismo. A capital não tem marinas, não possui casas de espetáculos e carece das múltiplas atrações infantis e adultas oferecidas por outras cidades brasileiras e, especialmente, as riquezas da Flórida (EUA).