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Condições dos serviços de transporte para Ilha do Campeche geram polêmica

A intensa procura de turistas para visitar a Ilha do Campeche e seu mar de Caribe nesta temporada acendeu o sinal de alerta sobre as precárias condições dos serviços oferecidos aos que pretendem conhecer aquele pedacinho do paraíso. A preservação sob responsabilidade da Associação Couto de Magalhães talvez seja o único ponto positivo na área tombada como Patrimônio Arqueológico e Paisagístico Nacional. São permitidas somente 480 pessoas por dia no local.

Já o mesmo não se pode dizer das informações e estrutura do transporte marítimo. Existem três pontos de embarque em Florianópolis para visitar a Ilha do Campeche. No trapiche da Armação do Pântano do Sul, a cena se repetiu várias vezes durante este verão: turistas aguardam um tempão na fila e de repente descobrem que a lotação está esgotada para aquele dia. Não existe nem sequer um informe regular sobre quantas vagas estão disponíveis, o que daria ao visitante o livre arbítrio de escolher se vai encarar a fila ou ir embora.

Mais grave ainda é a cobrança do transporte. Cada pessoa paga R$ 90 por quatro horas na ilha direto no ponto de embarque. Só aceitam em dinheiro. Nenhum tipo de cartão. Como não existe agência bancária por perto para sacar em espécie, a alternativa oferecida aos desprevenidos é ir até uma imobiliária em que você passa o cartão no valor de R$ 120 na máquina e recebe R$ 100 em dinheiro vivo. Chamar de exploração é quase uma gentileza.

Ao longo de toda a temporada a coluna recebeu vários relatos de turistas criticando o amadorismo da estrutura oferecida.

Ninguém questiona nem preço, ciente da importância de contar com recursos para a preservação da Ilha. A restrição do número de visitantes também é respeitada e até aplaudida. Mas a falta de respeito com o consumidor é só mais um exemplo de como Florianópolis explora o turista, não o turismo.

(Por Rafael Martini,  Diário Catarinense, 03/03/2017)

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