Balanço aponta queda no turismo em Santa Catarina

(Por Moacir Pereira, Diário Catarinense, 03/03/2017)

Consenso entre empresários do setor turístico sobre a temporada: caiu o poder aquisitivo dos turistas que vieram para Florianópolis.

Reunião promovida pela Santur, Secretaria de Turismo, Cultura e Esporte e Embratur, revelou as principais causas das frustrações com este verão e os problemas que, se repetidos, deixarão de atrair turistas os de melhor poder aquisitivo.

A primeira constatação: o mercado mudou substancialmente em função da Internet. Hoje em dia, quem viaja tem à disposição no celular informações instantâneas sobre os melhores destinos, os preços dos hotéis e restaurantes, as atrações principais, enfim, tudo contabilizado, ilustrado com fotos coloridas e filmagens.

As pessoas consultam e fazem o comparativo. Por exemplo: uma diária em hotel quatro estrelas em Orlando, cadeias internacionais, custa mais barato do que hospedagem em Florianópolis. Outro problema: houve reajuste abusivo nos cardápios de restaurantes. No comparativo, os visitantes buscam outras opções. Hoje, sai mais barato para os argentinos ir de avião para o Nordeste a vir para Santa Catarina.

A média de queda de faturamento dos agentes comerciais do turismo em Florianópolis foi de 30%. Até na badalada Jurerê Internacional viu-se mais farofeiros do que os endinheirados.

Outro ponto fraco: o mercado turístico catarinense não inova, continua o mesmo, oferecendo apenas praias e praias. Mais grave, ilha sem marinas, parques temáticos e outras atrações. Aqui, tudo é proibido.

Ou o mercado muda ou o turismo de massa vai liquidar Florianópolis, ferido mortalmente pelo viés ideológico.