São boas as chances da Capital obter recursos a fundo perdido com a Agência de Desenvolvimento da Áustria (ADA) para diagnóstico e caracterização dos resíduos sólidos orgânicos e elaboração de plano de negócios para o setor, conforme apurou o presidente da Comcap, Marius Bagnati.
Metade do lixo aterrado em Biguaçu são biorresíduos que deveriam ser tratados de forma descentralizada nas casas, comunidades ou em usinas de reciclagem. Florianópolis gasta R$ 13 milhões por ano para aterrar resíduos orgânicos em Biguaçu, sendo que 70% são basicamente água.
Em contato com Laurinho Bandeiras, relações públicas e secretário-geral da Sociedade Austro-Brasileira, Bagnati foi informado que, alcançado o financiamento, iniciaria a fase de captação de capital para investimento por meio da formação de consórcio público e privado.
Manifestação de interesse
A Prefeitura de Florianópolis manifestou interesse no financiamento da ADA para estudos de viabilidade técnica e econômica na gestão sustentável dos resíduos sólidos orgânicos na semana passada. O protocolo de intenções foi assinado entre a municipalidade e organização First Zero Waste & Organic Cycle Organization durante seminário na Associação dos Municípios da Grande Florianópolis (Granfpolis).
Na ocasião, o presidente e o corpo técnico da Comcap puderam comprovar o acerto do caminho escolhido por Florianópolis. A compostagem em pequena escala, como tem sido estimulado pela companhia, é o método mais eficaz para recuperar o biorresíduos. Foi a base da mudança na Áustria que hoje, com investimentos públicos e privados, consegue desviar do aterro 25% dos resíduos orgânicos e tem a meta de recuperar 75% na próxima década.
O modelo austríaco tem ajudado países do Leste Europeu, como a Bulgária, a implantar a separação e reciclagem de resíduos e pode ser adaptado ao modelo brasileiro.
Estímulo europeu
De acordo com Grigor Stoyanov, diretor de Gestão de Resíduos e Proteção do Solo do Ministério do Meio Ambiente e da Água da Bulgária, no início da implantação, em 2010, as pessoas diziam que seria impossível repetir as experiências da Alemanha ou da Áustria. Lá, como no Brasil, todos os resíduos orgânicos seguiam para aterro sanitário. Até lixões ainda existiam.
“Não era impossível, porque as pessoas são as mesmas em qualquer lugar do mundo. Os búlgaros, como eu, que moram na Áustria, os brasileiros que moram na Alemanha. Todos aprendem a separar os resíduos, então os governos não podem usar essa desculpa.” Dadas as condições adequadas, insistiu Stoyanov, a reciclagem de orgânicos pode ser feita. “Não é cara, aliás, não custa nada, como vocês já começaram aqui em Florianópolis, só precisa envolvimento do cidadão e apoio da prefeitura. Isso é fazer numa escala mais econômica, começa-se com pequenas usinas e depois elas se multiplicam”, incentivou.
“A compostagem descentralizada é uma solução necessária, porque esse é o futuro, já que a separação mecânica de orgânicos não funciona. Pode-se encontrar de tudo nos resíduos gerados”, acrescentou Walter Hauer, engenheiro mecânico CEO da Technisches Büro Hauer. Especialmente num país como o Brasil onde, por exemplo, o papel higiênico não é tratado como dejeto, mas como resíduo sólido.
Stoyanov citou o exemplo da cidade de Sofia, na Bulgária, distrito parecido com Florianópolis, onde os moradores de uma área estudantil começaram o processo com duas composteiras feitas de forma bastante rudimentar, com paletes. Em dois anos, 80% dos biorresíduos viraram compostagem e a iniciativa foi levada para outros bairros. Só então a prefeitura viu iniciativa e apoio com a instalação de uma usina com voluntários para cultivar horta. “Começou com cidadão e não custou nada.“
Gasto para aterrar água
Cada habitante de Florianópolis produz em média 1,1 quilo de resíduo por dia. Praticamente metade disso é matéria orgânica. Num ano, a capital gasta R$ 25 milhões para transportar e aterrar o lixo em Biguaçu. A cidade gasta R$ 13 milhões por ano para aterrar matéria orgânica que poderia ser transformada em adubo. Pior ainda, como 70% da matéria orgânica é água, gasta R$ 9 milhões por ano para aterrar água em Biguaçu.
A descentralização do tratamento dos resíduos orgânicos e a implantação de hortas residenciais e comunitárias, além de reduzir gastos públicos, gera riqueza por meio da produção de alimentos locais e saudáveis, livres de agrotóxicos, com a recuperação de solos urbanos e a geração de novos empregos e renda. Há mercado para os produtos resultantes da compostagem. Hoje, por exemplo, uma garrafa de dois litros de biofertilizante é comercializada a R$ 14 e um saco de dois quilos de composto orgânico a R$ 10.
Experiências do modelo europeu
Relato de Walter Hauer, engenheiro mecânico CEO da Technisches Büro Hauer
Relato de Grigor Stoyanov, diretor de Gestão de Resíduos e Proteção do Solo do Ministério do Meio Ambiente e da Água da Bulgária
25% em 2016
50% em 2020
75% em 2025
(PMF, 04/11/2016)
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