A partir desta quinta-feira a população terá acesso à prévia do edital de contratação do consórcio que vai fazer a infraestrutura para operação do sistema de Bus Rapid Transit (BRT) na Região Metropolitana de Florianópolis. O documento ficará aberto para consulta e sugestões durante 30 dias. Depois será concluído e entregue ao Tribunal de Contas de Estado (TCE). Em janeiro de 2017, o governo do Estado pretende lançar a licitação.
Dentro do edital está prevista a utilização da ponte Hercílio Luz exclusivamente para a circulação de BRTs. A estrutura faz parte da etapa inicial do projeto de implantação do modelo, previsto para ser finalizado até 2021 e chamado de 2º Nível, que terá 22 km e operará em faixas exclusivas à direita, conta com paradas de embarque e desembarque e sistema de bilhetagem embarcado.
Esse primeiro trecho contempla a parte continental da Capital e São José. Para iniciar a ligação entre a BR-101 e a Ilha, serão construídos dois terminais, um no lado sul e outro no lado norte de São José. Uma das áreas pertence à Casan e outra é propriedade particular.
Depois serão feitos os serviços do 1º Nível, corredores com operação em vias segregadas, estações de embarque e desembarque e sistema de bilhetagem pré-embarcado. Esse trecho terá extensão de 35,5 km.
O superintendente de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Grande Florianópolis, Cassio Taniguchi, explica que os primeiros corredores serão feitos em vias já existentes e devem ser entregues até novembro de 2017. Um deles inicia na Avenida Leoberto Leal, no bairro Barreiros, em São José, e se estende até o Terminal de Integração do Centro (Ticen). O outro começa também em São José, na região do bairro Kobrasol, passa pela Beira-Mar Continental, e termina no Ticen.
Nestes pontos, não serão necessárias obras, mas somente sinalização e destinação de uma pista apenas para circulação do BRT. As faixas usadas serão do lado direito dos coletivos, onde ocorrerá também o embarque e desembarque.
A previsão é que em junho seja assinado o contrato do consórcio que vai fazer as obras. O custo total das seis partes da primeira etapa de implantação do sistema será de R$ 1,1 bilhão. A primeira etapa completa prevê a implantação de 57 quilômetros de vias e de faixas exclusivas para o BRT, 36 estações e quatro terminais de integração, além do sistema que irá supervisionar toda a operação do BRT, através de um Centro de Controle Operacional (CCO) a ser erguido até novembro do ano que vem.
— Metade desse valor será pago pela empresa-parceira e o restante o governo do Estado vai custear. Estamos tentando um financiamento junto ao BNDES — explicou Taniguchi.
Assim que concluída a primeira etapa de obras, os serviços serão focados nos pontos onde há necessidade de construção das pistas exclusivas. Um destes locais é a Via Expressa, a BR-282, que dá acesso a Florianópolis. Taniguchi afirma que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) já concordou com o serviço. Lá serão feitas duas faixas novas no canteiro central para operação dos ônibus, onde o embarque e desembarque serão pelo lado esquerdo dos veículos.
Os outros trechos que vão receber pistas exclusivas para BRT são a Beira-Mar Norte, a SC-401 e o Anel Viário de Florianópolis, além das pontes Pedro Ivo Campos e Colombo Salles, que podem ter as obras antecipadas caso a Hercílio Luz não esteja pronta quando o primeiro trecho do modelo estiver concluído.
Em relação ao Anel Viário, como a obra depende da prefeitura da Capital, podem haver atrasos. No entanto, dentro do valor de R$ 1,1 bilhão estão previstos os investimentos desta obra, que contempla o serviço atual na Rua Deputado Antonio Edu Vieira, na região da UFSC. Taniguchi garante que se a prefeitura não tiver como fazer os serviços, o Estado assumirá os valores.
A obra na SC-401, com ligação aos terminais de Santo Antonio de Lisboa e Canasvieiras, é a última prevista, com prazo para conclusão em janeiro de 2020.
Tarifa será fracionada
Neste edital aberto para consulta não está inclusa a operação do sistema de BRT. No começo de 2017, o governo do Estado lançará outro processo de licitação para selecionar o consórcio pelos ônibus e formato de funcionamento dos veículos na região. Taniguchi diz que o Consórcio Fênix, atual operadora do transporte coletivo em Florianópolis, já foi procurada para tratar do assunto.
O superintendente diz que não ainda há uma projeção de tarifa para o sistema. Ele explica que haverá um fracionamento conforme a região que a pessoa mora e trabalha.
— Se a pessoa reside e trabalha em São José, por exemplo, pagará um valor menor do que aquela que mora em São José e trabalha na Ilha — detalhou.
Para acessar o edital, clique aqui a partir desta quinta-feira, 27 de outubro.
(Diário Catarinense, 26/10/2016)
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