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Continente quer restringir obras em áreas de marinha

Mais de 200 pessoas participaram na noite desta terça-feira (9) da segunda etapa da audiência pública promovida pelo IPUF para o debate de propostas da comunidade do Continente para a construção do Plano Diretor de Florianópolis.

Foram ratificadas as demandas da primeira audiência e apresentadas novas reivindicações e preocupações com relação à proposta que será encaminhada para análise na Câmara de Vereadores até o final deste ano. Entre elas, questões como a restrição para construções em terrenos de marinha, a proteção de áreas verdes para que não se tornem áreas edificantes e a reserva de espaços para comunidades tradicionais e para obras de melhoria nos sistemas viário e de transporte coletivo.

A representante distrital Beatriz Cardoso disse que se hoje não houvesse proibição para a construção em áreas de marinha, o Continente já teria sido tomado por novos edifícios e construções de todo tipo, dificultando ainda mais o acesso à orla. “É um critério que foi adotado até agora e que a gente entende que foi adequado, porque preservou a orla. Temos muito poucos espaços públicos ao longo da orla e isso é uma demanda da comunidade. Se isso não for possível, que se adotem então critérios claros para a preservação e reserva dessas áreas”, defendeu.

Beatriz também pediu que comunidades tradicionais do Continente, como Coloninha e Chico Mendes, tenham atenção especial, com a delimitação clara das ZEIS (Zonas de Especial Interesse Social). “Temos que ter muito cuidado com alterações que possam se mostrar irreversíveis. Uma área verde de lazer consolidada, que for transformada pela nova lei em área comercial ou área edificante residencial, nunca mais voltará a ser área verde. E os espaços que temos para isso são cada vez menores”, acrescentou.

Para a melhoria da mobilidade urbana, a dirigente defendeu atenção e proteção aos entornos de vias como a via Expressa e a ponte Colombo Sales, onde devem ocorrer obras como a implantação de corredores de ônibus, BRTs e a nova travessia Ilha-Continente. “Não se pode permitir que esses entornos sejam classificados como áreas edificantes, com dez, vinte andares, pois se isso ocorrer o município nunca mais conseguirá desapropriar os locais para fazer as obras de que a cidade necessita”, complementou.

Representando o IPUF,  Sheila Comiran, diretora técnica do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis, fez um balanço da primeira audiência realizada na região, lembrando que o Instituto já recebeu, naquele primeiro evento, 71 fichas com 96 demandas da comunidade. Boa parte delas sobre zoneamento e reivindicações para a preservação de demarcações de ZEIS e AVLs (Áreas Verdes de Lazer).

A dirigente enfatizou que o IPUF está comprometido com a revisão dos zoneamentos do distrito e de toda a cidade, com o objetivo de adequá-los às realidades atuais, para que a comunidade não seja prejudicada. “Estamos trabalhando também para revisar as áreas demarcadas como APPs e APls e para criar mecanismos de controle para que as construções respeitem as capacidades de suporte de cada região da cidade”, explicou.

(Prefeitura de Florianópolis, 10/08/2016)

mm
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