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Plenário debate impacto da inovação tecnológica na economia catarinense

A inovação tecnológica como fator de crescimento econômico pautou a sessão ordinária na manhã desta terça-feira (14). O tema foi abordado na tribuna da Assembleia Legislativa pelo deputado Ivan Naatz (PDT).

O parlamentar comentou que o setor de tecnologia representa 5% do PIB catarinense, com um faturamento anual de R$ 11,4 bilhões. No ano passado, as empresas da área em Santa Catarina registraram um crescimento de 3,6% na geração de empregos, considerado o melhor resultado do país em 2015 na média dos últimos três anos. “O setor emprega cerca de 50 mil pessoas. É um mercado promissor e rico. Gera milhares de postos de trabalho e renda para o trabalhador.”

Naatz citou uma pesquisa realizada pela Associação Catarinense de Tecnologia (Acate) em 2015 que revelou que o setor de tecnologia da informação se expande no estado em ritmo acelerado. Embora o crescimento do número de empresas de tecnologia ocorra em todo o Estado, 78% delas ainda se concentram nas regiões de Florianópolis, Blumenau e Joinville. “Hoje temos quase 3 mil empresas ligadas ao setor de tecnologia e inovação. Na Capital, o foco é o desenvolvimento de softwares e o marketing digital. Em Joinville, o setor é voltado ao desenvolvimento de soluções para as indústrias locais. Em Blumenau, são desenvolvidas soluções de gestão para companhias. Ou seja: cada cidade escolheu seu ramo de atuação em TI e não concorrem entre si.”

De acordo com o levantamento mencionado pelo deputado, Florianópolis registrou o crescimento mais expressivo de novas vagas entre as 13 principais cidades brasileiras ligadas ao setor. “O índice de aumento de vagas ficou em cerca de 7%, com Blumenau na segunda posição, com 3%, e Joinville na quinta colocação, com 0,7%.”

Segundo Naatz, a cidade de Joinville desponta com a criação de um polo de desenvolvimento tecnológico. “Vai se chamar Join.Valle, uma referência ao Vale do Silício, na Califórnia. Joinville se percebe no rico mercado que está à disposição e sai à frente. E a nossa Blumenau, onde ficará nesse projeto de desenvolvimento tecnológico?”, questionou.

Em aparte, o deputado Ismael dos Santos (PSD) ressaltou o surgimento de polos de inovação tecnológica em Santa Catarina. “Estão surgindo em todo o estado, inclusive em Blumenau, em parceria com a Furb. Precisamos avançar muito, inclusive com a participação da prefeitura, mas é uma boa notícia.”

Para Jean Kuhlmann (PSD), o setor é fundamental para a geração de emprego e renda. “Representa uma oportunidade para o povo trabalhador, que merece um emprego digno. É também uma forma de aumentar a receita do município, que vai garantir vaga na creche, médico e remédios no posto de saúde, obras na cidade.”

Cortes do governo federal

O deputado Dirceu Dresch (PT) criticou as medidas anunciadas pelo governo interino de Michel Temer (PMDB) de cortar verbas do programa Minha Casa Minha Vida e anular a contratação de assistência técnica para cooperativas de agricultores familiares. “Esse governo golpista está cortando recursos de dois importantes programas para o país, que beneficiam trabalhadores e pobres.”

De acordo com o parlamentar, 50 cooperativas e associações de produtores catarinenses serão prejudicadas. Elas receberiam R$ 10,6 milhões para a contratação de assistência técnica e extensão rural. “É uma profunda desconsideração em relação aos nossos trabalhadores do campo. Lamentamos e vamos continuar na luta para que eles tenham seus direitos garantidos: casa digna para morar e assistência técnica no meio rural.”

Segurança pública

Vicente Caropreso (PSDB) usou a tribuna para lamentar o ataque que resultou na morte de 50 pessoas na boate gay Pulse, em Orlando, na Flórida. O atentado também deixou 53 feridos, muitos em estado grave. “Despertamos no domingo com a tevê transmitindo a notícia da maior chacina já cometida por uma só pessoa na história dos Estados Unidos. Pelo mundo todo, vozes comovidas se levantaram pranteando as vítimas, e eu não poderia deixar de registrar, em nome de todos os catarinenses, o horror que sentimos pela barbárie desse delito, transmitindo nosso pesar pela dor dessas famílias que perderam seus entes queridos, ainda que muito distantes daqui.”

O crime suscitou, segundo o parlamentar, debates sobre a venda de armas de fogo, a intolerância sexual e religiosa, o terrorismo e a violência doméstica. “A morte dos 49 gays nos Estados Unidos nos horroriza, mas não falamos que nos últimos quatro anos ocorreram 1.294 assassinatos de homossexuais no Brasil”, afirmou.

O deputado levantou o tema da segurança pública, ao comparar dados dos Estados Unidos e do Brasil sobre armas de fogo e violência. “Nos Estados Unidos, onde a venda de armas é livre, existem 320 milhões de armas de fogo registradas. No Brasil, onde a venda é supercontrolada, temos aproximadamente 8 milhões de armas legalizadas. Lá tem 40 vezes mais armas do que aqui”, comentou.

Dr. Vicente argumentou que, mesmo com uma população maior e com mais armas, os Estados Unidos têm menos casos de assassinatos do que o Brasil. “Lá acontecem 15 mil homicídios por armas de fogo por ano. No Brasil é o triplo. Esta é uma verdade que dói. Passamos a ser em 2014 o povo campeão mundial em números absolutos de assassinatos, 59.627 homicídios, dos quais 45 mil por tiro. As armas não matam sozinhas. Alguém precisa apertar o gatilho.”

O parlamentar reclamou, ainda, da falta de efetivo policial em Santa Catarina. “Vivemos situação de extrema insegurança em todo o país. No estado temos 1 policial militar para cada 600 habitantes, quando o ideal seria 1 para cada 400. A população clama por mais policiais e segurança.”

70 anos da H. Bremer

O deputado Milton Hobus (PSD) destacou a história de 70 anos de atividades da empresa riossulense H. Bremer, no Alto Vale do Itajaí. “Nesta empresa consegui meu primeiro emprego, aos 13 anos, como faxineiro, e saí como diretor para montar meus negócios”, disse.

Hobus salientou a importância do empreendedorismo da família Bremer para o desenvolvimento da cidade e da região. “Nosso estado é diferenciado porque o povo faz a diferença. Ressalto o papel dos empreendedores catarinenses, principalmente esses simples, que começaram no fundo do quintal, e hoje são grandes referências para Santa Catarina e para o país”, comentou. “A evolução tecnológica não para, a empresa mostra novos equipamentos e soluções tecnológicas que vão trazer muitos resultados para a nossa gente, garantindo empregos de alto valor agregado e trazendo mais divisas para o estado”, acrescentou.

(Alesc, 14/06/2016)

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