O juiz Marcelo Adriano Micheloti, presidente da Associação de Juízes Federais em Santa Catarina (Ajufesc), afirmou que ainda há possibilidade de acordo entre as partes para evitar a demolição e manter abertos os beach clubs de Jurerê Internacional, em Florianópolis. “Sem acordo o juiz sentenciou, se tivesse havido acordo tudo estaria encaminhado, mas a sentença não impossibilita um acordo, as partes devem conversar ainda mais e procurar uma boa solução”, recomendou Micheloti durante audiência pública da Comissão de Turismo e Meio Ambiente, realizada na tarde desta segunda-feira (20), na Assembleia Legislativa. A Associação FloripAmanhã também esteve presente na audiência. A presidente da entidade, Anita Pires, ressalta que “a audiência foi muito rica com a presença de muitos segmentos organizados e também o engajamento da Alesc e Câmara de Vereadores e a proposta do Ministério Público de buscar o consenso” finaliza.
Carlos Leite, diretor do Grupo Habitasul, reconheceu que o juiz Marcelo Kras propôs um acordo. “Ele tentou de todas as maneiras um acordo desde a primeira audiência, mas a Associação de Moradores e o Ministério Público Federal (MPF) não aceitaram”, informou o diretor do grupo empresarial proprietário dos imóveis locados pelos beach clubs.
O representante do Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Florianópolis, Lindomar Antônio Bison, destacou a insegurança jurídica gerada pela decisão de demolir os beach clubs, confirmada em grau de recurso pelo Tribunal Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre (RS). “Eles têm alvará, não estão na ilegalidade, por isso a gente busca um acordo”, ponderou Bison.
Para o procurador do município de Florianópolis, Alessandro Balbi Abreu, não se tratam de obras clandestinas, uma vez que foram autorizadas pelos órgãos públicos. “A permanência desses estabelecimentos não afeta o entorno, é situação consolidada, se comprometesse o entorno o município tomaria outro posicionamento. A demolição não vai trazer nenhum benefício imediato ao meio ambiente e vai criar um problema social para o município”, avaliou o procurador, que sugeriu uma conversa institucional entre deputados e o prefeito Cesar Souza Junior (PSD) com as chefias do MPF em Santa Catarina e do TRF-4, no Rio Grande do Sul.
Sinara Graff, procuradora do Ministério Público do Trabalho (MPT) e moradora de Jurerê Internacional, também defendeu a conciliação. “Que se chegue ao consenso, sempre é possível um acordo, um ajustamento de conduta, que se deixe as vaidades e egos pessoais de lado”, cobrou Graff, que ressaltou o desemprego causado pela possível demolição. “Isso me causa angústia, será um enorme número de desempregados, muitas famílias, por isso eu vim a essa audiência pública como cidadã”, revelou a procuradora.
Juliano Nikel, empregado de um dos beach clubs afetados pela decisão da Justiça Federal, pediu a união de empresários, trabalhadores e parlamentares. “Precisamos nos unir, quem vai ficar sem trabalho somos nós e nós temos família, pagamos muitos impostos, vamos trabalhar o meio termo, senão como vamos pagar as contas de luz, água e IPTU?”, questionou o trabalhador.
O deputado Leonel Pavan (PSDB), que sugeriu a realização da audiência pública, enfatizou que a intenção do Legislativo é encontrar um caminho alternativo à demolição. “O que nós queremos é que se ache um caminho para que o estado não seja prejudicado, para que a hotelaria, a construção civil, a gastronomia, o turismo não sejam prejudicados”, pontuou Pavan, que foi muito elogiado pelo trade turístico barriga-verde pela iniciativa de abrir as portas da Assembleia para a comunidade discutir a matéria.
A deputada Dirce Heiderscheidt (PMDB) criticou a insegurança vivida pelos trabalhadores e empresários. “Quero me solidarizar com os funcionários, nós deveríamos estar preocupados com a geração de emprego, quando estamos discutindo o desemprego”, afirmou a parlamentar.
Encaminhamentos
Os participantes da audiência pública decidiram constituir uma comissão integrada pelos deputados estaduais da Grande Florianópolis, pelo governador do Estado e o prefeito da Capital para dialogar como o Ministério Público Federal e com o Tribunal Regional Federal da 4ª região. “Vamos pessoalmente em Porto Alegre para tentar sensibilizar o Tribunal”, prometeu Dirce Heiderscheidt.
Além disso, Pavan informou que a ata da audiência pública ficará disponível para uso da defesa jurídica dos beach clubs. “Não podemos perder nada, a concorrência no turismo é muito grande, aquilo que conquistamos precisa ser conservado”, alertou o ex-governador.
(Agência ALESC, 20/06/2016)
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1 Comentário
Seria bom que houvesse uma intervenção política do Sr. Prefeito de mesma proporção para o caso das famílias, em sua maioria de baixa renda, que estão sendo ameaçadas de ter suas casas demolidas. Lembrando que há mais de 2000 famílias cujas residências se encontram em APPs e que a prefeitura permitiu calçamento, postes de luz, recebe o IPTU, e agora depois disso feito, querem tirar essas famílias de suas casas.
Isso é um absurdo! Dois pesos duas medidas???
Que Deus proteja a população mais vulnerável, porque a política está mesmo ao lado do capital, do lucro…
#indignada