Sem apontar data específica, a Autopista Litoral Sul anunciou novo prazo para entrega do contorno viário da Grande Florianópolis. O cronograma inicial previa para 2017 a conclusão do trecho de 50,8 quilômetros entre Biguaçu e Palhoça. O prazo foi estendido para o fim de 2019. As justificativas foram falta de licenças ambientais, impasse sobre desapropriações e disputas judiciais em outras áreas.
O executivo David Díaz, presidente do Grupo Arteris, que controla a Autopista Litoral Sul, visitou a sede do Grupo RIC, em Florianópolis, nesta quinta-feira (6). Ele disse que o contorno é a obra mais importante da Autopista em andamento.
Segundo Díaz, o novo cronograma ainda não foi aprovado oficialmente pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), mas foi amplamente discutido e é consensual.
Entre os entraves principais, afirma Díaz, estão a espera por licenças ambientais e a pendência judicial com a Proactiva no trecho de Biguaçu (alegando riscos à segurança, a empresa de coleta e reciclagem de lixo pediu a interdição e suspensão da obra na área próxima ao aterro sanitário), além das centenas de desapropriações que foram judicializadas por determinação da ANTT.
Díaz contou que todos estão trabalhando para que o processo siga com celeridade e que há prazos e protocolos, de acordo com a lei, que não podem ser alterados. Os projetos executivos dos túneis, por exemplo, ainda não foram aprovados e não podem ser executados enquanto a documentação não for liberada.
“Não procuramos culpados, estamos trabalhando com esses processos que precisam ser respeitados. É nosso plano A e B [novo prazo em 2019]. É nisso que estamos trabalhando, acompanhando a Justiça, o Ibama, os projetos que precisam ser aprovados na ANTT. Realmente queremos pensar que está na fase final de tudo”, disse.
Concessionária espera receber autorização do trecho de Palhoça até o fim do ano
O local com o trabalho mais adiantado fica no trecho intermediário, com a maior parte em São José. Já a área de Palhoça, que passará pelo bairro Aririú até a antiga praça de pedágio na BR-101, ainda aguarda a aprovação da licença e dos projetos. A expectativa da Autopista é que este trecho seja liberado até o fim do ano.
Em Biguaçu, também há expectativa da liberação de mais 15 quilômetros na próxima semana. A obra em execução foi interrompida em outubro do ano passado por causa de uma ação da Proactiva e o trecho de 7,5 quilômetros foi embargado. Parte já foi liberada e está em obras, o que ainda está em discussão é um trecho de 1,8 quilômetro que passa nas extremidades do aterro sanitário.
Como a disputa judicial no entorno do aterro em Biguaçu ainda pode se alongar, a concessionária já pensa em uma alternativa e estuda a possibilidade de alterar o início do trecho em 150 metros para o Sul. Se isso for necessário, a Autopista precisará do complemento de licença ambiental e da aprovação da ANTT.
“Foi pensado para ganhar tempo, se tiver que alterar essa provavelmente será a melhor alternativa”, explicou David Díaz.
Ele ressaltou que o grupo faz “questão de colocar que atrasar a obra, matematicamente e financeiramente, não é bom para concessionária”. De acordo com Díaz, é um risco, pois pode aumentar o custo, além de prejudicar a imagem da empresa e impactar em questões jurídicas.
Outro ponto destacado por ele é que o aumento do custo não é financiado pelo BNDES, todo o valor tem que ser pago integralmente pelos acionistas. Além disso, o atraso poderia impactar na redução da tarifa, que hoje, segundo ele já custa 7% a menos do que deveria por causa de atrasos em obras.
Leia na íntegra Notícias do Dia Online, 16/06/2016
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