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90 anos da Ponte Hercílio Luz: o ícone renasce como solução para a mobilidade urbana

Entre janeiro e fevereiro de 2017, se não interromperem suas tarefas, muitos florianopolitanos vão ao menos destinar algumas horas do dia para acompanhar algo similar ao que ocorreu durante a construção da ponte Hercílio Luz, nos anos 20 do século passado. Nesse período, estima o Deinfra (Departamento Estadual de Infraestrutura), será feita a substituição das barras de olhal da travessia que completou 90 anos nesta sexta-feira, 13. Pela complexidade e pelos riscos envolvidos na operação, além dos curiosos, não é de duvidar que o mundo também volte os olhos para uma ilha do Atlântico Sul onde o último exemplar desse tipo de estrutura passa por lenta, custosa – e necessária – recuperação.

Desse trabalho resultará, a um só tempo, a mesma e uma nova ponte, já que muita coisa será trocada, incluindo as rótulas na base dos quatro pilares – outra operação extremamente delicada, porque será preciso erguer toda a estrutura. Ao ser devolvida de fato à cidade, a Hercílio Luz passará a compor o esquema viário e será utilizada pelos sistema de transporte coletivo, para desafogar o tráfego na Ilha e nos bairros do Continente, além de receber ciclistas e pedestres.

Alheio ao ceticismo da população, que condena a demora da obra e os gastos astronômicos que ela demandou (já foram R$ 200 milhões, e outros R$ 263 milhões ainda vão ser desembolsados), o governo do Estado trabalha com a certeza de que no segundo semestre de 2018, quando o governador Raimundo Colombo estiver encerrando seu segundo mandato, a ponte Hercílio Luz estará pronta para uso e será utilizada para desafogar o tráfego na Grande Florianópolis. Os estudos sobre o melhor aproveitamento da estrutura ainda estão em curso, mas a maioria dos órgãos envolvidos dá como certo que veículos leves não terão vez – a travessia vai privilegiar coletivos, ciclistas e pedestres.

Se no momento o trabalho pouco aparece, dentro de alguns meses seis enormes gruas ocuparão a lateral esquerda da ponte, para quem olha do Estreito, preparando a fase mais ostensiva dos trabalhos de recuperação. O macaqueamento da estrutura de quase cinco mil toneladas, no início do próximo ano, também permitirá substituir os tirantes verticais, as selas e parte das estruturas transversais. “Haverá muita gente trabalhando”, afirma o consultor executivo de infraestrutura do Deinfra, Claiton Bortoluzzi. O período mais crítico da reforma coincidirá com uma fase de mais calor e menos ventos, mas ainda assim uma empresa vai ser contratada para acompanhar o “comportamento” da estrutura nessa fase crucial da obra.

Leia na íntegra em Notícias do Dia Online, 14/05/2016.

mm
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