Iphan/SC pretende licitar revitalização do casarão centenário do Largo da Alfândega ainda este ano

Com 140 anos de história, o casarão do Largo da Alfândega, no Centro de Florianópolis, que está com as paredes pichadas e descascadas, destoa quando é comparado com o vizinho Mercado Público, revitalizado no ano passado. Para que um dos prédios mais antigos da cidade volte a reinar imponente na região, o Iphan/SC (Instituto do Planejamento Histórico e Artístico Nacional) trabalha na elaboração de um projeto global de restauração, que contemplará a recuperação do prédio como um todo, nas suas feições originais, com pequenas adaptações para os usos que se pretende e as normas de acessibilidade. O Iphan/SC pretende concluir o projeto executivo até setembro e lançar o edital de licitação ainda este ano, apesar de reconhecer as dificuldades para que isso aconteça.

Pelo projeto, a ala norte do prédio seguirá abrigando a loja de artesanato, gerenciada pela Fundação Catarinense de Cultura, com melhorias. As fachadas serão preservadas exatamente nos mesmos aspectos, apenas recuperadas. As cores também serão mantidas, pois são originais do edifício construído em 1875/1876. “Os demais espaços abrigarão a Casa do Patrimônio, viabilizando a visitação pública do edifício, com espaços expositivos, biblioteca especializada no tema do patrimônio cultural, café e salão multiuso para oficinas, projeções, apresentações e outras atividades culturais”, explica Maria Regina Weissheimer, chefe da divisão técnica do Iphan/SC.

O projeto está agora na fase de detalhamento executivo. Após esta fase, será feito o orçamento detalhado e o edital para contratação da obra. Como o recurso é proveniente do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Cidades Históricas, ainda é preciso passar por aprovação da diretoria do programa em Brasília, que fica dentro do próprio Iphan. Também será necessária aprovação do Ipuf (Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis), já que existe tombamento municipal sobre o bem.

Maria Regina espera que o projeto esteja finalizado até setembro e, “se possível”, que o edital de licitação seja lançado ainda este ano. “Mas ainda não há como fazer uma previsão concreta, pois depende das análises, se haverá ou não necessidade de correções e, principalmente, da descentralização dos recursos para as obras. Atualmente, nenhum recurso orçamentário tem sido descentralizado pelo governo federal”, diz.

Última grande obra no casarão foi em 2009

Nos últimos anos, o casarão centenário do Largo da Alfândega tem passado por restaurações periódicas, mas pontuais, como tratamento dos rebocos das fachadas, repinturas, revisão de infraestrutura elétrica e conservação dos telhados. A última obra maior foi em 2009, mas restrita ao volume central. “Depois disso, se faz apenas manutenção de rotina. Mas o fato de não haver um uso constante de todos os espaços – como a ala sul, por exemplo – faz com que os problemas de conservação se tornem mais graves”, observa Maria Regina.

CURIOSIDADES

É um dos prédios mais antigos do Centro, construído em 1875/1876 em substituição ao anterior que pegou fogo

É a única edificação de arquitetura neoclássica da Capital

Destaca-se o trabalho de cantaria dos cunhais e vãos (óculos e portadas), com pedra granítica similar a dos edifícios do Rio de Janeiro (outro trabalho esmerado de cantaria pode ser encontrado na edificação eclética que atualmente abriga a sede do SPU, na praça 15).

Leia na íntegra em Notícias do Dia Online, 02/04/2016.