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Produtores catarinenses investem em selo de certificação de orgânicos

Os efeitos nocivos dos agrotóxicos são coisa do passado na vida de Adelir Floriano, 34, e outras 70 famílias vinculadas à Agreco (Associação dos Agricultores Ecológicos da Serra Geral) credenciadas pelo Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos, do Ministério da Agricultura. Há 14 anos sem plantar fumo nas terras férteis do vale do rio do Meio, na pequena e praticamente isolada Santa Rosa de Lima, Sul de Santa Catarina, ela não sente falta das “boladas de dinheiro” recebidas cada safra anual da matéria prima que movimenta a milionária indústria do cigarro – e do câncer, entre outras doenças degenerativas causadas pelo tabaco.

O marido dela, Dauri Floriano, 36, vivia doente dos venenos da lavoura. “A saúde de todos melhorou lá em casa com a produção de orgânicos”, garante Adelir, que depois de sete anos garante ter se adaptado facilmente aos conceitos de produção sustentável, sem lamentar mudança no retorno financeiro. “Ganhamos menos dinheiro, vem pingadinho, mas sempre entra”, simplifica Adelir, que eventualmente conta com ajuda do irmão caçula, Adir Cerny, 18, para dar conta da lida nas plantações de hortaliças, legumes, frutas, temperos e chás.

Na área de 11 hectares cercada de mata nativa, entre o rio e as colinas que separam Santa Rosa e Anitápolis, Adir também ajuda a irmã e o cunhado a cuidar das estufas de tomate e, principalmente, das novidades nas lavouras locais – as cercas para produção experimental de pitaia e cultivos de orégano e alecrim e outras plantas aromáticas para extração de óleos essenciais.

Com segundo grau completo, Adir ainda não sabe se retomará aos estudos, mas entende a importância de permanecer no trabalho no campo. “A vida na cidade engana”, resume o jovem agricultor. O trabalho é diário e duro, mas ele, a irmã Adelir, o cunhado Dauri e os demais associados da Agrego estão sempre atentos. Afinal, as inspeções para renovação do selo de certificação ocorrem de forma programada  e com conhecimento do produtor, ou aleatória, ou seja, sem aviso prévio.

Selo  faz a diferença

Longe dos ruídos do rio Braço do Norte e da mata da encosta da Serra Geral, o selo é a garantia de qualidade e contra as fraudes do mercado cada vez mais rentável dos orgânicos. No caso de frutas, legumes e verduras, presentes diariamente na mesa da maioria dos consumidores urbanos, o controle começa antes mesmo de serem cultivados e passa, obrigatoriamente, por aspectos específicos de avaliação, ressalta o engenheiro agrônomo Marcel Schmidt, 32, sobrinho de um dos fundadores da Agreco em Santa Rosa de Lima, para onde voltou depois de se formar na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), em Florianópolis.

Leia na íntegra em  Notícias do Dia Online, 19/03/2016

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