Projetada para acompanhar o progresso e ligar o Centro de Florianópolis ao Norte da Ilha, a estrada que hoje recebe o nome de SC-401 surgiu ainda na década de 1930. Marco para o desenvolvimento da região, a construção consolidou a transformação urbana de Canasvieiras e de outros balneários. O crescimento rápido e desordenado, porém, fez crescer também o número de moradores e empreendimentos ao longo da rodovia. O acelerado desenvolvimento e a falta de investimentos dão à SC-401 um vergonhoso título: a rodovia estadual mais perigosa de Santa Catarina. Em parceria com a RICTV Record, o Notícias do Dia apresenta reportagens que mostram o crescimento e os problemas e apontam as soluções para o futuro da rodovia.
A construção da SC-401 foi responsável por projetar o crescimento rumo ao Norte. Deixou de ser apenas o caminho do Centro às praias para despontar como o trajeto do empreendedorismo. Em suas margens foram erguidos empreendimentos inovadores, tecnológicos, shopping center, prédios comerciais e teatro, e passou a ser endereço da sede administrativa do governo catarinense. Com o rápido crescimento, a segurança e a mobilidade urbana foram deixadas de lado.
Para chegar aos bairros residenciais do Norte da Ilha ou às empresas ao longo da rodovia, até 60 mil veículos trafegam em um único dia no ponto mais crítico, próximo à entrada do bairro João Paulo, segundo dados do Plamus (Plano de Mobilidade Urbana Sustentável da Grande Florianópolis). Além de ser a rodovia estadual mais movimentada, a SC-401 lidera também o ranking da rodovia mais perigosa do Estado, sendo palco do maior número de acidentes em estradas estaduais, de acordo com a PMRv (Polícia Militar Rodoviária).
Concebida como uma rodovia, que originalmente tem a função de ligar dois pontos e dar fluidez ao trânsito, a SC-401 deixou de exercer somente este papel e tem adquirido características de uma via urbana. Desta forma, para solucionar os problemas, é preciso também a integração de diversos órgãos. Dividida em quatro trechos, a SC-401 vai do Norte ao Sul da Ilha. O primeiro e mais importante tem 19 quilômetros, entre Canasvieiras e o elevado do Itacorubi, sob responsabilidade do Estado. A partir deste ponto vira avenida Beira-Mar Norte, sob responsabilidade do município. A rodovia volta a ser SC-401 do túnel Antonieta de Barros até a Base Aérea, mais uma vez municipal.
Foco em desenvolver o Norte da Ilha
A ideia de abrir uma estrada para ligar a ponte Hercílio Luz até a praia de Canasvieiras surgiu do ex-governador Hercílio Luz. Ele deslumbrava a estrada quando o maior símbolo catarinense começou a ser erguido, em 1922. Esse seria o caminho para levar o desenvolvimento econômico até o Norte da Ilha.
O que era sonho passou a ser realidade sete anos mais tarde, no governo de Adolfo Konder (1926-1930). Nascia a rodovia Virgílio Luz, que seria remodelada na década de 1970 com um novo traçado e batizada de José Carlos Daux – precursor do turismo local – para então ser conhecida como SC-401. Antes disso, moradores e comerciantes só tinham duas formas de chegar ao Centro: de barco ou a cavalo.
Em 1972, o geógrafo e pesquisador da história de Florianópolis, José Luiz Sardá, testemunhou a inauguração da rota do polo turístico na Capital. “Desde 1918 o governador Hercílio Luz demonstrava interesse em criar estações balneárias na região Norte da Ilha. Tinha em mente que a abertura de uma estrada seria um marco histórico de grande importância ao desenvolvimento da região”, afirma. “Ele tinha em mente que a implantação do projeto de turismo na Ilha dependia fortemente de um novo acesso rodoviário entre a cidade e o balneário”, conclui.
Leia na íntegra em Notícias do Dia Online, 30/03/2016
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