(Por Carlos Damião, Notícias do Dia Online, 13/01/2016)
De um modo geral, num apanhado muito abrangente, as reações ao represamento do rio do Brás, realizado na terça, 12, pela prefeitura, foram críticas. Umas mais ácidas, outras mais leves. Na média de opiniões, porque é preciso salvar o rio, não apenas na sua foz. E salvar o rio não depende de ações isoladas da prefeitura ou de alguns poucos moradores. A responsabilidade pelas condições de balneabilidade é da Casan, que precisa implantar medidas adicionais de saneamento numa das áreas mais críticas de Florianópolis. Reter o rio, impedi-lo de cumprir seu curso natural, é um paliativo sempre adotado nos momentos mais necessários, como agora. Mas não significa que o ambiente local e regional esteja preservado. É como “varrer a sujeira para baixo do tapete”. Em 23 de novembro de 2015, bem antes do início da temporada, publiquei na coluna o grave alerta do geógrafo José Luiz Sardá, estudioso do problema: “As contaminações e a poluição das águas dos nossos rios comprometem a qualidade de vida das pessoas e do meio ambiente, prejudicando sobremaneira a imagem do lugar. Precisamos despertar a atenção das autoridades à recuperação e à revitalização de nossos rios; e envolver os segmentos de comunicação, poder público, sociedade constituída e estudantes à importância da educação e da conscientização ambiental. Para isso, torna-se imprescindível a elaboração de projetos consistentes e estudos dos rios que fazem parte das Bacias Hidrográficas da Ilha de Santa Catarina”. O problema é que ninguém lhe deu ouvidos.
Apenas factoide
Em 19 de fevereiro de 2013, um jornal local estampava em manchete: “Força-tarefa inicia fiscalização de poluição e esgotos clandestinos em Florianópolis”. Um dos focos da força-tarefa, com a Fatma liderando o processo e o estardalhaço midiático: o rio do Brás. À época, comentaristas das redes sociais questionaram a iniciativa, classificando-a como factoide. Não seria, se tivesse tido continuidade.
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