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É o melhor verão dos últimos anos, diz secretário estadual de Turismo em meio a crise ambiental

Em meio à crise ambiental e de saneamento pela qual passa a temporada de verão em Canasvieiras, no Norte da Ilha, onde o turismo está prejudicado depois do agravamento dos níveis de poluição por esgoto sem tratamento junto à foz do rio do Brás, e da suspeita de um novo derramamento de esgoto no rio Perequê, em Porto Belo, o secretário de Estado de Turismo, Esporte e Lazer, Filipe Mello, garante que a atual temporada de verão é a “melhor dos últimos anos”. Para justificar a afirmação, ele diz que este é o verão “com maior número de turistas” que o Estado já viu.

Além disso, reforça, o turismo catarinense não se concentra nas praias e nem apenas em determinada região de Florianópolis. “Santa Catarina apresenta e oferece muitos produtos turísticos além da balneabilidade e, principalmente, do Norte da Ilha de Santa Catarina, pois temos um litoral com mais de 65% dos pontos próprios para banho, estâncias hidrotermais no interior do Estado, o maior fluxo turístico já visto, e as pessoas aproveitando nossas praias, nosso Vale Europeu, a Serra e o interior”, diz Mello.

Apesar de reconhecer o impacto negativo que a repercussão da poluição na praia de Canasvieiras teve em todo Brasil, Mello afirma que se o Norte da Ilha enfrenta problemas, o mesmo “não ocorre com o restante do Estado”.

Segundo o secretário, não é correto dizer que a imagem turística de Santa Catarina está prejudicada por causa de Canasvieiras. “Isso é justo com 65% das praias que têm balneabilidade? Dentro de um fluxo turístico de aproximadamente oito milhões de pessoas, temos mais de sete milhões de pessoas que frequentam outras praias, é justo dizer que a temporada foi comprometida? Não”, avalia. “Estive em Bombinhas, Itapema, Guarda do Embaú, Balneário Camboriú, e todas têm um verão acima das expectativas”, completa.

O secretário argumenta que o elevado número de argentinos visitando o Estado – estima-se que ao final da temporada passem por Santa Catarina cerca de 1,1 milhão de turistas vindos da Argentina – é um indicativo de que as próximas temporadas de verão não estão comprometidas, assim como o aumento no número de embarques e desembarques no Aeroporto Internacional Hercílio Luz. Também destaca que é preciso “fazer o dever de casa” para os próximos anos, “fiscalizando”, “multando” e “lacrando” sistemas de esgoto que não estão conectados às redes.

Para evitar cenas como a da mancha preta em Perequê ou de turistas com máscaras em Canasvieiras, Mello diz que esta é uma grande oportunidade “para as pessoas adquirirem consciência”. “Uma cidade e um estado turístico não se fazem só pela iniciativa privada, nem só pelo setor público, é um conjunto que precisa funcionar entre ambos. Para você promover um balneário ou uma praia, claro que você precisa de balneabilidade, mas ao mesmo tempo o problema pontual do rio do Brás não representa Santa Catarina”, entende.

Promotor do meio ambiente cogitou limitar entrada de turistas na Capital; secretário contesta

Na sexta-feira, durante reunião para discutir a crise ambiental e de saneamento no Norte da Ilha, o promotor Paulo Locatelli, do meio ambiente, disse que se persistirem os problemas de saneamento e mobilidade em Florianópolis a cidade talvez tenha que limitar a entrada de turistas, como acontece em Fernando de Noronha, também uma ilha. “Não adianta convidá-los e não ter estrutura para recebê-los”, disse.

Leia na íntegra em Notícias do Dia Online, 18/01/2016

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