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Novo velho Centro

Há uma boa ideia no ar: a criação de um quadrilátero tecnológico no centro da cidade, com a revitalização de ruas antigas do centro histórico, a partir do Museu da Cidade, na Praça XV, e da restauração do Museu Victor Meirelles, na rua que leva o nome do grande pintor do Império.

A humanização do Centro já reanima as ruas do vitorioso projeto Viva a Cidade, concebido pela prefeitura e pela Câmara Lojista. Agora, oito ruas serão libertadas da fiação aérea e receberão incentivos do IPTU para recuperar fachadas e alojar startups, transformando-se num centro Sapiens, sede de um polo de economia criativa e não poluente.

Tomara que dê certo, pois as boas ideias geralmente não saem do papel. E vale a pena preservar aquela parte da cidade onde a civilização nasceu, evitando que se degrade ou se condene a um triste e até há pouco recente esquecimento.

Por enquanto, só um passado memorável ocupa aqueles espaços. Das ruas de hoje já não ecoam os velhos pregões matinais do padeiro, do peixeiro, do verdureiro – pau de canga atravessado nos ombros, transportando os verdes e as raízes, os aipins e os inhames. Sem falar das frutas hoje quase raras, como as frutas-do-conde e as romãs.

Já não circulam pelos bairros as carroças de peixes forradas de areias finas e ainda molhadas, espécie de visita que o oceano fazia às terras firmes. Os tipos humanos e populares foram empalidecendo, como se representassem os fantasmas pontilhados daquelas velhas histórias em quadrinhos.

A Deodoro, segunda transversal da Felipe Schmidt, chamava-se Rua do Ouvidor como a da capital federal. Mas esse era o seu único “macaquismo”. A rua, apesar de central, mantinha a sua aparência de centro urbano com feição rural. As casas eram geminadas e não dispensavam os quintais – reservas povoadas de ovinos, caprinos e crianças.

É essa cápsula do tempo que vai retornar à vida, modernizada. Será a segunda “bola dentro” no entorno da Matriz e da Praça XV, depois que foi belamente ressuscitado o Mercado Público, esse empório de víveres e de viventes.

(Por Sergio da Costa Ramos, DC. 15/10/2015)

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