2ª Conferência do Projeto Ilha Rendada contou com relato de viagem e formatura das rendeiras

A 2ª Conferência do Projeto Ilha Rendada: Rendas além mar foi de compartilhamento de experiências e comemoração na tarde desta quarta-feira (26/8), no auditório do Centro Sócio-Econômico da UFSC. Cerca de 110 rendeiras foram certificadas pela participação no curso de empreendedorismo oferecido pelo projeto. Além da formatura, as artesãs Maria dos Passos da Luz e Nerivalda de Sousa Duarte contaram suas impressões sobre a Mostra de Renda de Bilro de Peniche, que aconteceu em Portugal entre 23 e 26 de julho.

Maria dos Passos e Nerivalda puderam contar as colegas como foi fazer parte de uma mostra internacional e o que viram por lá. “Foi incrível pela oportunidade de conhecer pessoas de vários países, mesmo com a dificuldade de entender, se comunicando por gestos”, conta Nerivalda, que ficou especialmente encantada com uma artesã europeia que fazia quadros de renda de bilro. Já Maria dos Passos ficou feliz em ver que a tradição vem desde a infância por lá: “Foi lindo ver crianças fazendo renda, meninos e meninas.”

O evento em Portugal teve participação de delegações de 14 países, mas, apesar das diferenças das línguas, as participantes se compreendiam. “Existia uma língua universal: a da renda de bilro. A linguagem das almofadas, dos bilros e dos piques é a mesma, dá para trocar conhecimento e se entender”, ressaltou a coordenadora do projeto Marilda Todescat.

As rendeiras puderam comentar a viagem mostrando diversas fotos da Mostra: de registros de desfile de moda a detalhes de roupas, calçados e jóias feitos com renda de bilro. “Dá para ter ideias e aplicar em várias peças”, explicou Nerivalda, que trouxe até uma revista com moldes para fazer brincos com a técnica.

A formatura foi momento de comemoração entre as rendeiras. Além de ganharem os diplomas, três artesãs também foram homenageadas por não possuírem nenhuma falta no curso. A entrega de certificados teve direito a foto e gritos de parabéns da plateia. “Para todas nós foi muito gratificante as aulas. A união das rendeiras fortalece a renda de bilro e preserva a tradição”, ressaltou Nerivalda.

A conferência encerrou a primeira etapa do projeto. Dentre os próximos passos está a elaboração de um Plano de Marketing e um Plano de Negócios, participação em feiras em Brasília, Belo Horizonte e na Fenaostra, em Florianópolis, e cursos de design de novos produtos e de informática. Além disso, a empresa Trade Júnior está negociando a exportação de produtos.

O encontrou contou também com a participação das representantes da Casa dos Açores de Santa Catarina, Carin Machado e Maria Armenia Wendhausen. Carin frisou: “Vocês que tem netas, filhas e sobrinhas não deixem de passar a técnica da renda para elas. É muito importante para que a tradição não se perca.”