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Restauração da Casa da Câmara e Cadeia começa a mudar a paisagem do Centro de Florianópolis

Trabalho complexo, a restauração integral do prédio da antiga Casa da Câmara e Cadeia, no Centro de Florianópolis, que será reaberta ao público como Museu da Cidade, entrou na fase de instalação dos forros. A obra, que pouco a pouco muda a paisagem do Centro, entra em seu nono mês de execução com 20% do serviço concluído. O prazo de entrega é março de 2016, mas os primeiros meses de trabalho foram mais difíceis por conta da necessidade de cuidados redobrados para preservar os principais elementos da construção, localizada em frente à praça 15.

Além de instalar o forro, as 40 pessoas que trabalham na obra atualmente – número que deve aumentar nos próximos meses – se dedicam também à recuperação do reboco do revestimento interno e externo das paredes e a instalação das esquadrias do piso superior, que precisaram ser parcialmente restauradas ou substituídas. O trabalho também se concentra na troca e restauração dos elementos decorativos de duas fachadas (frontal e lateral).

A parte mais difícil da obra, a da restauração em si, passou por todas as etapas que necessitam de licenças e é atualmente o principal foco dos operários que atuam na restauração. “Ainda temos a tramitação de aprovação de projetos complementares, mas a parte de restauração está toda liberada, e cada vez mais a população perceberá o avanço dos trabalhos”, explica Mariana Nunes Elias, arquiteta da Concrelaje, empresa responsável pela restauração do casarão histórico.

Mariana cita, como outros desafios da obra, além da necessidade de preservar os elementos arquitetônicos, as condições climáticas e o intenso trânsito no entorno do prédio. “A chuva atrapalha os trabalhos externos e o fato de estarmos no Centro também prejudica carga e descarga de equipamentos e materiais”, diz.

Trabalho artesanal e minucioso

Desde a assinatura da ordem de serviço para início das obras, em setembro de 2014, foi restaurado o madeiramento do telhado, no qual foram aproveitadas tanto peças originais quanto trocadas as que exigiram substituição, devido à falta de manutenção e a ação do tempo; foi executado o barroteamento (estrutura para instalação de pisos e forros); e a descupinização total do prédio. “Essa obra é um grande desafio. O prédio ficou tanto tempo abandonado que a deterioração dos materiais e elementos da construção foi muito grande. É um desafio, tecnicamente falando, mas também é muito gratificante ver o avanço da obra”, diz a arquiteta Mariana Nunes Elias.

A reforma integral do casarão sediará o Museu de História de Florianópolis. Com o custo da reforma estimado em R$ 9 milhões, a obra tem recursos da prefeitura e do Ministério da Cultura, por meio do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

O custo da reforma está estimado em R$ 9 milhões. A restauração segue padrões estabelecidos pelo Sephan (Serviço do Patrimônio Histórico Artístico Natural do Município), vinculado ao Ipuf (Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis), o que inclui utilização de materiais iguais ou semelhantes às técnicas usadas em 1771, ano da construção do prédio. A troca dos elementos decorativos das fachadas exigiu um minucioso trabalho artesanal. Manualmente foram elaborados moldes a partir das peças resguardadas. Os modelos serão replicados numa produção em série, a fim de restaurar todas as fachadas.

(Notícias do Dia Online, 07/07/2015)

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