Cidades criativas

(Por Eduardo Barroso*, DC, 07/07/2015)

Imagine Florianópolis ser conhecida pelos chefes de Estado e ministros de Cultura de mais de 150 países na sede da Unesco, em Paris, com um espaço próprio de promoção como destino qualificado. É possível? Sim, essa oportunidade foi conquistada recentemente pela capital catarinense no encontro da Rede Mundial de Cidades Criativas (RMCC), em Kanazawa, no Japão.

Durante a reunião plenária, sugerimos que as cidades criativas da gastronomia participassem do evento de abertura da assembleia geral em comemoração aos 70 anos da Unesco em novembro. Por aclamação, foi decidido que Florianópolis, a única cidade brasileira da rede na categoria gastronomia, coordene esse projeto. Essa é a maior oportunidade que o município poderia aspirar.

Em paralelo a esse desafio, temos cinco meses para elaborar um projeto para Florianópolis ser sede da reunião anual da RMCC de 2017. A escolha será feita pela Unesco no início de 2016, após recebimento das consultas feitas às 69 cidades da Rede Mundial. Por essa razão, a participação de Florianópolis em Paris assume importância estratégica. Do mesmo modo, as atividades desenvolvidas pelo Núcleo de Inovação Cultural e do Observatório da Gastronomia são provas da capacidade de liderar projetos inovadores. Exemplo disso são atividades como o Seminário de Identidade Cultural, no fim de junho, na Udesc/Ceart, com a vinda da representante da Unesco Denise Bax. Nele, especialistas em gastronomia e design palestraram para preparar os participantes para uma oficina criativa na qual foram projetados equipamentos de promoção da gastronomia local, unindo design e artesanato para revalorização da gastronomia e cultura regional.

Esses eventos são passos importantes neste processo e, caso Florianópolis ganhe a possibilidade de organizar a reunião de 2017, a cidade terá entrado para o mais seleto grupo que qualquer cidade do mundo desejaria fazer parte. Mais que isso, estaria trazendo toda a rede para dentro de si. E, com ela, convênios e acordos de cooperação além da visibilidade planetária. Florianópolis tem a chance de ser a sede de encontro mundial

*Diretor de Inovação da Associação FloripAmanhã / Florianópolis