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Polícia Federal ouve testemunhas em inquérito da Operação Onipresença

Nove dias depois de deflagrar a Operação Onipresença, que investiga médicos suspeitos de assinar a folha ponto no HU (Hospital Universitário), em Florianópolis, e abandonar as emergências para atender em clínicas e hospitais particulares, o delegado Allan Dias, da PF (Polícia Federal), se concentra nos depoimentos de 30 testemunhas que foram e serão ouvidas nesta semana. Dias não quis revelar detalhes das oitivas, nem respondeu quando intimará os 27 médicos investigados a depor — alguns deles procuraram espontaneamente a Superintendência da PF na semana passada, mas serão novamente ouvidos.

Deflagrada no dia 9 de junho, a Operação Onipresença deve indiciar 27 médicos lotados no HU e que não cumpriam suas cargas horárias previstas em contrato, realizando ainda atendimentos em unidades de saúde privadas no momento em que deveriam estar no HU.

Alguns médicos assinavam até cem horas semanais sem comparecer ao trabalho. O prejuízo total para a União, em cinco anos, é de R$ 36,1 milhões. Conforme Dias, alguns médicos sequer compareciam para trabalhar no HU e recebiam salário mensal entre R$ 16 mil e R$ 19 mil.

Os relatos de que médicos do HU (Hospital Universitário) não cumpriam a jornada de trabalho estabelecida no hospital público aparece pela primeira vez em 1998, quando auditores do TCU (Tribunal de Contas da União) realizaram inspeções na unidade.

“Praticamente nenhum médico fica no hospital durante as quatro horas diárias de trabalho. Ao serem questionadas sobre o assunto, todas as chefias admitiram que o problema existe”, relata o documento de inspeção há 17 anos.

Em 2004, o MPF (Ministério Público Federal) abriu inquérito civil para apurar o mesmo caso, a partir de duas auditorias realizadas pela CGU (Controladoria-Geral da União), que também constatou as mesmas ilegalidades. O inquérito se transformou em ação civil pública em março deste ano.

No dia 6 de abril, a Justiça determinou, em decisão liminar, que a UFSC terá que implantar ponto eletrônico até 31 de dezembro de 2016.

(Notícias do Dia Online, 17/06/2015)

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