Pelo menos 30 famílias, moradoras do Morro do Cipó, em Palhoça, terão de deixar suas casas, para que seja construída parte da alça de contorno da Grande Florianópolis. O que emperra a saída dos moradores, no entanto, é a falta de acordo no valor das indenizações dos imóveis. Por ausência de negociação entre as partes, caberá à Justiça Federal decidir quanto valem as propriedades, avaliadas inicialmente por técnicos da Autopista Litoral Sul. Advogados dos moradores solicitaram perícia judicial para valoração das casas e terrenos.
A moradora Luiza da Silva, 21, desfez a mudança depois que conseguiu na Justiça o direito de ficar em sua casa. Ela seria despejada na terça-feira (9). Rodeada pelas caixas que guardavam seus pertences, Luiza contou lembra que perdeu o sono ao saber que a Autopista havia depositado judicialmente o valor da indenização, porém ela teria de deixar a casa em até 60 dias, mesmo sem como retirar o dinheiro. “Meu marido e eu alugamos uma casa no bairro São Sebastião (Palhoça). Teríamos de pagar aluguel adiantado, o caminhão de mudanças e arcar com o custo da locação da casa por tempo indefinido”, disse a jovem, aliviada com a decisão da Justiça.
Luiza não discorda dos R$ 236 mil oferecidos pela Autopista, apenas pede a liberação da quantia para que possa comprar um novo imóvel. Na segunda-feira ela e outros 30 moradores protestaram em frente ao prédio da Justiça Federal, em Florianópolis. O grupo foi recebido por uma juíza, que intermediou o pedido de suspensão temporária de despejo, junto aos juízes da 2ª, 3ª e 4ª varas, onde correm os processos.
Depósitos em juízo são menores do que o combinado
O carpinteiro Ademir Medeiros, 49, deixou sua casa há dois meses, após aceitar o valor de R$ 410 mil da indenização. No entanto, ele entrou em desespero ao descobrir que foi depositado em juízo somente R$ 236 mil. Medeiros mora de aluguel no bairro Alaor Silveira, desde que fechou acordo com a Autopista. “Estou tomando remédio para dormir porque minha vida está uma agonia só”, disse, sem esconder o nervosismo causado pelo imbróglio.
A estudante Katia de Jesus, 25, reclama dos valores e diz que até o momento foi chamada para uma única negociação. “O imóvel em frente ao meu tem os mesmos moldes e a diferença no valor da indenização é de R$ 70 mil. Não entendo os critérios de avaliação. E o pior de tudo é que todos os depósitos foram feitos abaixo do valor combinado”, criticou. A moradora entende que há a necessidade da passagem da via para desafogar o tráfego de caminhões pesados da Grande Florianópolis, mas ressalta que as indenizações devem ser justas e que os moradores devam receber o dinheiro em tempo hábil para comprar um novo imóvel.
Perícia judicial é esperança das famílias
Um dos advogados das famílias, Rodrigo Muhlhausen, salienta que a Autopista Litoral Sul recebeu da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) a DUP (Declaração de Utilidade Pública) da área por onde passará a alça de contorno. Com isso, a concessionária teve até 30 dias para ajuizar os processos de indenização. “Agora é com a Justiça. O que esperamos é que seja realizada, o mais brevemente possível, uma perícia judicial para avaliação dos imóveis. Só assim será pago o preço justo aos proprietários. A Autopista ofereceu valores altos num primeiro momento e depois reduziu a quantia. A perícia mostrará o que é correto. Creio que os laudos periciais serão determinantes para o desfecho dos processos de indenização”, completou. Muhlhausen não acredita em acordos judiciais e sim, na decisão da Justiça sobre cada caso. Enquanto o assunto é discutido na esfera judicial, o advogado auxilia as famílias na busca de documentos necessários para comprovação de posse dos imóveis.
Falta de documentação emperra indenizações
O gerente de planejamento da Autopista Litoral Sul, Marcos Guedes, ressaltou que a equipe técnica da concessionária visitou três imobiliárias que atuam na área das indenizações. Nelas foi realizada uma consulta sobre as negociações de imóveis nos últimos seis meses. “Essa é a regra de avaliação que seguimos para valorar as propriedades atingidas pela obra do anel viário”, explicou. Guedes lembra ainda que a falta de comprovação de propriedade é um dos principais obstáculos às indenizações. Em média 80% das famílias têm apenas contrato de compra e venda e não apresentou a matrícula. “Por determinação da ANTT deixamos as negociações diretas e entramos com ações na Justiça contra os moradores. Quem não aceita o valor oferecido tem de esperar pela decisão do juiz. Não vamos ceder às especulações”, declarou. O imbróglio poderá, segundo Guedes, atrasar andamento da obra.
No dia 19 de junho, a Autopista Litoral Sul deverá comparecer à Justiça Federal para tratar com os dois juízes, responsáveis pelos processos abertos por três famílias, sobre a situação das indenizações. Posteriormente, os magistrados convocarão os proprietários dos imóveis para tratar do mesmo tema.
( Notícias do Dia Online, 10/06/2015)
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