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Por que complicar a questão das peixarias?

(Por Carlos Damião, Notícias do Dia Online, 27/05/2015)

As peixarias do centro de Florianópolis não têm apenas um significado econômico e social para os seus proprietários e clientes. Muito mais do que isso elas representam o último elo da cidade com o mar, mesmo que o mar tenha sido afastado da região central na década de 1970. Esse simbolismo é algo muito presente ao cotidiano e às lembranças dos mais velhos, que sempre viram no Mercado Público a síntese do trabalho dos pescadores. Durante décadas, desde o final do século 19, compramos peixes limpos ou não limpos, inteiros ou em pedaços, sem que tenhamos notícias sobre problemas resultantes da manipulação desses produtos (e mais camarões, lulas, mariscos etc.). Nada contra a existência de regras sanitárias, mas é necessário atentar para o cuidado que sempre mobilizou tanto os pescadores quanto os comerciantes do mercado. Não há por que complicar o que não precisa ser complicado, se as peixarias sempre funcionaram tão bem, zelando pela qualidade dos pescados e, ainda, criaram vínculos com os moradores, realizando um trabalho confiável e, sobretudo, admirado pelos consumidores. “Gourmetizar” o mercado parece ser o desafio de algumas autoridades, não só quanto às peixarias, sabemos bem disso. Uma pena, mas vamos aguardar para ver o resultado disso.

 

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