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Cresce violência por armas de fogo em Santa Catarina

Apesar de ter ficado em segundo lugar no ranking dos estados com a menor taxa de óbitos por 100 mil habitantes (8,6 a cada 100 mil em 2012) causados por armas de fogo, Santa Catarina registrou aumento de 16,2% levando em conta a mesma taxa, entre 2002 e 2012. O número é sensivelmente maior que a média brasileira, que é de 0,5%, conforme indica o último Mapa da Violência, elaborado por Julio Jacobo Waiselfisz, com apoio da Secretaria Nacional de Juventude e da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). relatório foi divulgado na última quarta-feira.

Em números totais, o crescimento da violência por armas de fogo no Estado é ainda maior. De acordo com o levantamento, em 2002 morreram 409 pessoas, ao passo que em 2012 esse número chegou a 549 (34,2% de aumento). Os dados apontam, também, que Santa Catarina está acima da média nacional, que registrou crescimento de 11,7% no mesmo período. “Existe a necessidade de conscientizar a população do que representa ter armas. Sou oficial do Exército da reserva e lido com armas há muito tempo. Eu não tenho arma, porque sei o perigo que ela representa. Isso é uma conscientização que nem todos têm”, afirma o professor de Gestão em Segurança Pública da Unisul, José Carlos Noronha.

A preocupação de Noronha faz ainda mais sentido se levarmos em conta os índices de violência por armas de fogo registrados após 2003, quando foi sancionado o Estatuto do Desarmamento: se não diminuiu, pelo menos, estagnou. De 1980 a 2002, o Brasil saltou de 7,3 mortes a cada 100 mil habitantes para 21,7 a cada 100 mil, enquanto que, entre 2003 e 2012, o índice caiu de 22,2 para 21,9. “Essa foi uma medida corajosa. Não se pode negar a enorme possibilidade de diminuição de crimes se houver uma campanha de desarmamento eficaz”, aponta Noronha.

Parte da população é contra o Estatuto do Desarmamento por acreditar que está mais segura em posse de armas, mas o professor de Gestão em Segurança Pública acredita que já existe um número elevado de cidadãos com porte de armas. “Hoje, a quantidade de armas nas mãos de pessoas honestas e habilitadas é enorme. Temos guardas municipais, policiais militares, seguranças particulares. Se os bandidos têm armas, cabe à força policial tomar o controle. O Estatuto é muito bom em sua essência”, observou.

( Notícias do Dia Online, 14/05/2015)

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