Seja pela época de baixa temporada, por promoção pontual ou pela simples concorrência, o preço da gasolina voltou a cair nos postos da Grande Florianópolis nos últimos dias. Em alguns locais é possível encontrar o litro do combustível sendo vendido a R$ 2,89. Em fevereiro, assim que o governo determinou o aumento nos impostos dos combustíveis, o preço do litro na região alcançou R$ 3,54. A queda no preço está sendo comemorada pelos motoristas.
Era intenso o movimento no Posto Marquinhos, em uma marginal da BR-101, em São José, na tarde de quarta-feira (15). O motivo foi o preço da gasolina, que teve uma queda inesperada desde a semana passada, não só nesse, como em outros postos da região. De acordo com o assistente administrativo Felipe de Andrade, com a alteração, o movimento aumentou de 20% a 30% o atendimento no estabelecimento.
“A gasolina é a mesma. Não há mais adição de álcool no combustível e nem o compramos mais barato. A mudança no preço é devido à concorrência mesmo”, afirma. Nesse posto, a gasolina está sendo vendida a R$ 2,89, diferente dos R$ 3,09 da semana passada. Em um posto logo à frente, de mesma bandeira, o litro do combustível custa R$ 3,05.
O Autoposto Viaduto, em Palhoça, também registrou aumento nas vendas nos últimos dias. “Estávamos vendendo a gasolina a R$ 3,29 e baixamos o preço para R$ 2,99. Graças a isso, a venda aumentou de 10 mil litros para 40 mil litros por dia”, relata o gerente Rodrigo Pereira. Além da própria competitividade com os estabelecimentos da região, ele conta que a queda no valor já era preparada pelos comerciantes com a chegada da baixa temporada.
Jacsson Goulart, gerente do Posto Pagani, em Palhoça, diz que a promoção também provocou aumento de aproximadamente 30% no atendimento, mas os R$ 2,89 do litro cobrado atualmente não são suficientes para cobrir as despesas de custo do estabelecimento.
“Quando o preço cai, a gente vende mais. Porém, essas promoções são por tempo determinado porque não temos lucro com elas. Acaba saindo ‘seis por meia dúzia’. Compramos no mesmo preço que revendemos”, alerta.
Sindicato diz que valor abaixo do mercado pode resultar em prejuízo
Para o vice-presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Minerais de Florianópolis, Luiz Angelo Sombrio, a queda exagerada no preço da gasolina pode resultar em uma desestabilização econômica e financeira para os estabelecimentos. “O preço mais barato é em função da livre concorrência entre os comerciantes, mas, em alguns casso, acaba sendo insustentável. A margem bruta de quem vende a gasolina a R$ 2,89 não deve chegar a R$ 0,10. Nem com a ajuda das lojas de conveniência é possível cobrir as despesas do posto”, acentua.
De acordo com Sombrio, o comerciante da Grande Florianópolis paga, por litro da gasolina, aproximadamente R$ 2,85, contando os impostos. Já a média de venda fica entre 150 mil e 180 mil litros por mês. “Nessa conta, para ter lucro, o comerciante teria que vender muito mais para conseguir bancar as despesas de seu posto. Ele certamente está tendo prejuízo e acaba fazendo uma concorrência desleal com os outros comerciantes por conta desse preço”, adverte.
Consumidores economizam e comemoram
O motorista João Carlos Cardozo, de Palhoça, usa o carro como instrumento de trabalho e conta que, de uma semana para outra, conseguiu economizar cerca de R$ 20 no abastecimento. “Acabei me surpreendendo em ver postos de bandeiras tradicionais vendendo a esses preços. Mas, para nós, motoristas, isso é bom. Acabamos economizando”, comemora.
Para o corretor de imóveis Cesar Areco, também de Palhoça, a disputa pelo menor preço deve continuar por um bom tempo. “Acredito que quando teve aquele aumento de preços, em fevereiro, houve muito oportunismo por parte de alguns comerciantes. Agora, o valor mais em conta deve continuar, até mesmo para movimentar a economia”, salienta.
(Notícias do Dia Online, 17/04/2015)
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