(Por ClicRBS Estela Benetti, 24/04/2015)
Conhecida como o Vale do Silício do Brasil, Florianópolis está perdendo empresas de tecnologia e inovação devido ao descaso da prefeitura municipal. O maior obstáculo é a falta de alvarás que impedem as empresas de emitir nota fiscal, mas há, também, empecilhos devido ao uso de espaço urbano e outros. A Neoprospecta, que trabalha com serviços com análise de DNA, está deixando o Sapiens Parque por falta de alvará e a Welle Laser, que em breve será bilionária, não conseguiu instalar uma unidade produtiva na Ilha por falta de zoneamento pelo plano diretor.Ambas foram para Palhoça. E o moderníssimo centro tecnológico Acate Primavera, da SC-401, ainda não tem alvará para sediar empresas.
O alerta sobre esses e outros problemas foi feito na manhã de hoje em entrevista por quatro lideranças do setor de tecnologia da informação: Guilherme Stark Bernard, presidente da Associação Catarinense de Tecnologia (Acate); Alexandre d’Ávila da Cunha, presidente da Câmara de Tecnologia e Inovação da Fiesc; Gerson Schmitt, presidente do conselho da Associação Brasileira de Empresas de Software; e Heitor Blum S. Thiago, presidente do Comitê para Democratização da Informática Santa Catarina (CDI-SC). Também assinam o comunicado divulgado hoje o Conselho das Entidades de Tecnologia de Informação e Comunicação de SC (Cetic-SC), a Fundação Certi, a Rede Catarinense de Inovação (Recepeti), o Sindicato das Indústrias de Informática de SC (Siesc) e a Associação dos Usuários de Informática (Sucesu-SC).
A série de obstáculos apontada pelos líderes empresariais prova que Florianópolis, não só está de costas para o mar devido a falta de marinas e outras atrações náuticas, mas deu as costas também ao setor de tecnologia, que é o maior arrecadador de Imposto sobre Serviços, o ISS, e é a indústria sem chaminés mais desejada no mundo todo.
O setor reclama também da falta de incentivos municipais à tecnologia e inovação, da não-implantação da Lei Municipal de Inovação com um fundo ao setor, falta de mobilidade urbana e necessidade de uma cidade mais digital, que funcione. A propósito, o próprio setor poderia ajudar Florianópolis a ser uma cidade mais tecnológica, onde os cidadãos possam fazer quase todos os serviços de casa, sem ter que se deslocar para o centro e enfrentar filas. Schmitt destacou que os clientes bancários, hoje, por exemplo, fazem cerca de 90% das operações pela internet e isso está melhorando a lucratividade dos bancos. O município também teria ganhos se oferecesse mais soluções pela web.
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