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Após nove meses, obras são retomadas na ponte Hercílio Luz, em Florianópolis

Sem arriscar um novo prazo para a liberação do tráfego na ponte Hercílio Luz e sem mencionar detalhes da negociação com a empresa norte-americana American Bridge Company para a finalização da obra, o Deinfra (Departamento Estadual de Infraestrutura) assinou nesta terça-feira a ordem de serviço para a conclusão da estrutura de apoio à sustentação do vão central da ponte, interrompido pela empresa Espaço Aberto em julho do ano passado. Esta etapa será executada pela empresa Empa Serviços de Engenharia, do grupo português Teixeira Duarte, com sede em Belo Horizonte e escritórios no Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Curitiba, Brasília e Recife. O prazo de conclusão é de 180 dias e o custo é de R$ 10,3 milhões, por meio de contrato emergencial, sem licitação.

As obras que competem à Empa são a finalização dos quatro pilares de sustentação provisória da ponte, 30% já executados pela TDB (terceirizada da Espaço Aberto), antes da rescisão do contrato com o governo do Estado, devido aos atrasos nos trabalhos. Trinta e três funcionários começaram ontem a montagem dos pilares no canteiro de obras, que serão levados por três balsas até a ponte na próxima semana. Lá, a estrutura será acoplada à parte inferior do vão central para dar sustentação à ponte para a próxima etapa: a restauração final – quando a Hercílio Luz ficará totalmente suspensa para substituição dos cabos e treliças.

Esta parte, última etapa, porém, exigirá novo contrato emergencial e sem licitação, que o governo pretende firmar com a American Bridge, a mesma empresa que construiu a ponte entre 1922 e 1926. Para isso, o governo negocia valores e execução da obra, já que a empresa estrangeira estuda a vinda de mão de obra norte-americana ou a terceirização dos serviços, detalhes que podem encarecer a obra.

O Estado tem em caixa R$ 100,5 milhões dos R$ 163 milhões destinados para a obra ainda no contrato com a Espaço Aberto. Deste total, R$ 52,15 milhões foram pagos a Espaço Aberto e R$ 10,3 milhões à Empa.

Técnicos da American Bridge devem vir ainda esta semana para realizar um estudo técnico sobre a restauração. O levantamento deve confirmar se a companhia poderá usar o projeto inicial apresentado pelo governo. O Deinfra não confirmou a data da visita. Heather A. Nicholson, gerente de marketing da American Bridge, disse ao ND, por e-mail, que a empresa está direcionando todas as perguntas em relação ao projeto à equipe de imprensa do governador.

“Não vou cometer o desatino de falar em datas”

Ao ser questionado sobre quanto tempo ainda os catarinenses esperarão para trafegar na ponte Hercílio Luz, o presidente do Deinfra, Vanderlei Agostini, preferiu não assumir compromissos. “Não vou cometer o desatino de falar em datas. Não devo e não posso”, disse ao mencionar que dependerá do contrato com a nova empresa para a restauração final. “O governador está pessoalmente tratando com a American Bridge. Ele se reportará à imprensa”, despistou.

Sobre a ordem de serviço assinada ontem pelo governo, Agostini afirmou ser um dia histórico, “de muita alegria para os catarinenses e para o governo”. “Agora é para valer”, disse.

Já o engenheiro Wenceslau Diotallevy, fiscal das obras da ponte pelo Deinfra, afirmou que a ordem de serviço dá início oficialmente os trabalhos da etapa “Ponte Segura”, que diminui o risco de colapso. “É a obra mais segura desde 1982 na ponte. Pela primeira vez o vão central terá apoio para sustentar a carga dos cabos”, explicou.

Empresa portuguesa atua em 17 países

A empresa contratada, Empa Serviços de Engenharia, é um dos maiores grupos empresarias de Portugal e iniciou as atividades na área de construção em 1921. Tem mais de 12,5 mil colaboradores e atua em 17 países nas áreas de recuperação de estruturas, construção de edificações e obras de infraestrutura.

O diretor da empresa que esteve ontem no ato de assinatura da ordem de serviço, João Pedro Lopes, não deu entrevistas, mas afirmou que a Empa já executou obras do governo em Santa Catarina, na área de infraestrutura. Trecho da BR-101, no acesso a Florianópolis, em 1975, trechos na Costeira do Pirajubaé e no Morro da Lagoa da Conceição em 1980, acesso a Castelo Branco em 1984 e recuperação da ferrovia no Vale do Rio do Peixe, destruída pela enchente em 1983 são algumas delas.

(Notícias do Dia Online, 07/04/2015)


Explicações e retomada dos trabalhos na ponte Hercílio Luz

(Por Carlos Damião, ND, 07/04/2015)

No mesmo dia em que o secretário da Infraestrutura, João Carlos Ecker, e o presidente do Deinfra (Departamento Estadual de Infraestrutura), Wanderley Agostini, atendem a convocação do deputado João Amin (PP) para prestar esclarecimentos sobre obras do Estado na Capital, o governo do Estado libera a ordem de serviço para continuidade dos trabalhos na Ponte Hercílio Luz. O encontro das autoridades com os deputados da Comissão de Transportes e Desenvolvimento Urbano será às 17h desta terça, 7, e tratará da ponte e, ainda, das rodovias SC-403 e SC-405, entre outras. O objetivo é atualizar as informações sobre essas obras, que vêm sendo conduzidas de forma muito lenta e enfrentando problemas graves, como a troca das empreiteiras responsáveis, provocando atrasos e transtornos para a população. Os deputados esperam contribuir para que os cronogramas sejam recuperados, como é o caso específico da ponte e da SC-403. A ponte enfrenta uma novela sem fim desde 1982, quando foi interditada para o uso, por causa de problemas apontados em estudos técnicos. Trinta e três anos depois, e vencidas algumas etapas, precisa passar pela parte mais pesada, que é a recuperação do vão central. Para cumprir esse objetivo, é necessária a conclusão das plataformas de ancoragem, paralisadas há oito meses. A empreiteira portuguesa Empa foi escolhida emergencialmente para concluir os serviços iniciados pela empresa catarinense Espaço Aberto. É essa a ordem de serviço que será assinada nesta terça, 7, pela manhã. Depois de concluídos os trabalhos, a ponte ainda enfrentará o processo final de restauração (a substituição dos olhais e a recolocação do vão central). Tudo isso deve demorar no mínimo mais dois anos.

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