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Sem restrição em horários de pico, veículos pesados complicam ainda mais trânsito em Florianópolis

Basta um caminhão quebrado. De Biguaçu a Palhoça; em Coqueiros; no Estreito; na Via Expressa. Fica tudo parado. Nesta terça-feira, quem tentou desviar das filas para chegar ao Centro da Capital não teve chance. O incidente na ponte Pedro Ivo Campos por volta das 6h30 com uma caçamba de médio porte foi o suficiente para trancar o acesso à Ilha de Santa Catarina e transformar o trânsito nas ruas do Continente em caos. Sem expectativas de uma nova ligação ou de uma regulação no horário de tráfego de veículos pesado e com as obras da Hercílio Luz paradas desde julho do ano passado, ao motorista restou o exercício da paciência.

A Prefeitura de Florianópolis já anunciou medidas para restringir a circulação de caminhões no Centro nos horários de pico, de segunda a sexta-feira: das 6h30 às 8h30 e das 18h às 20h, conforme o decreto 12.374 de 2013. Mas as normas ainda não são fiscalizadas, segundo informou o diretor de Operações do Ipuf (Instituto de Planejamento Urbano), Leandro Martins. “Temos que realocar as placas indicando os horários para os motoristas saberem da restrição”, disse.

O prefeito Cesar Souza Júnior (PSD) baixou decreto em 2013 que impedia a circulação de caminhões nos horários de pico. A medida chegou a ser revista, porque impedia o tráfego inclusive nas pontes. Na sua reedição, o decreto limitou o trânsito de cargas pesadas na região central. A norma deveria ser fiscalizada pela Guarda Municipal.

O guincho que presta serviço para a Polícia Militar demorou em ser acionado nesta terça-feira, e por duas horas a caçamba ficou estacionada no recuo, à direita de que quem acessa a ponte. Mas parte do caminhão ficou na pista, complicando ainda mais o fluxo de carros. “Foi o suficiente para congestionar o entorno”, disse o tenente-coronel Araújo Gomes, comandante do 4º BPM. A falha mecânica foi na injeção eletrônica. A PM só pode emitir multa quando falta de combustível.

As principais vias do Continente, incluindo Beira-Mar de São José, BR-101 e Leoberto Leal, sofreram com o efeito em cascata. Quem saiu de Serraria, em São José, por exemplo, levou mais que o dobro do tempo para chegar ao Centro da Capital. “Neste horário a cidade normalmente é congestionada, mas em casos como esse de hoje, o trânsito leva cerca de duas horas para ser reestabelecido”, afirmou Gomes.

Pontes têm de seis a dez incidentes diários

Conforme levantamento do Plamus (Plano de Mobilidade Urbana Sustentável da Grande Florianópolis), cerca de 200 mil veículos cruzam as pontes Pedro Ivo e Colombo Salles todos os dias. São entre seis e dez incidentes diários, segundo a PM, sendo que a grande maioria é solucionada sem grandes problemas no trânsito. “Um ou outro evento desses são mais graves, mas não é comum”, afirmou Araújo Gomes.

Uma proposta de construir estacionamentos para abrigar caminhões na área central da cidade e evitar a circulação nos horários de pico também foi apresentada pela Prefeitura de Florianópolis. Segundo a Diretoria de Trânsito, a Guarda Municipal está fazendo levantamento das áreas. “Ainda não temos os locais definidos, estamos aguardando estudo da Guarda e também faremos um estudo com a Dom Parking, que tem levantamento das áreas de estacionamento da cidade”, disse Leandro Marques, diretor de Operações do Ipuf. A promessa é abrigar caminhões no Saco dos Limões, Trindade e na passarela Nego Quirido.

(Notícias do Dia Online, 17/03/2015)

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