A partir de 19 de dezembro, Florianópolis ficará sem fiscalização eletrônica de velocidade nas principais vias sob domínio do município. Nessa data, termina o contrato entre a prefeitura e a Kopp, empresa responsável pelos 69 radares fotográficos instalados em 13 pontos da Capital.
O uso de radares portáteis, como os utilizados pela PMRv (Polícia Militar Rodoviária) e sugerido na semana passada pelo prefeito Cesar Souza Júnior (PSD), seguirá restrito à utilização nas rodovias estaduais de Florianópolis.
Nas ruas, o deslocamento de 60 guardas municipais para atuarem exclusivamente nos pontos de maior movimento e maior incidência de acidentes de trânsito será a aposta do poder público para suprir a falta de radares fixos.
O secretário de Segurança e Defesa do Cidadão da Capital, Raffael De Bona, disse ao ND que “a presença física de guardas municipais nos principais cruzamentos da cidade inibirá os motoristas que ultrapassam os limites de velocidade nas vias urbanas”.
“Vamos substituir o inibidor eletrônico, que são os radares, pelo inibidor pessoal, que são os guardas municipais ou policiais. Nossa intenção não é arrecadar dinheiro, mas sim evitar acidentes”, destacou.
A expectativa inicial da prefeitura era, além de aparelhar os guardas municipais com radares portáteis, contar com reforço no efetivo de PMs nas ruas. Isso, no entanto, não deve ocorrer. Primeiro, porque a PM afirma não ter efetivo suficiente para deslocar policiais para os principais cruzamentos da cidade.
Segundo, porque a PMRv lembra que os radares portáteis do órgão só podem ser utilizados por policiais rodoviários. “Não tivemos nenhum contato com a Prefeitura de Florianópolis e nossos radares têm características de uso da Polícia Rodoviária, não poderiam ser usados por guardas municipais”, disse o major Fábio Martins, da PMRv.
PM tem outras responsabilidades no trânsito
Uma reunião entre representantes da prefeitura, Polícia Militar e do Detran/SC para definir detalhes da participação dos órgãos no controle do trânsito no verão está marcada para hoje.
O secretário Raffael De Bona admite a importância dos radares e diante do questionamento de como será a temporada sem os equipamentos, minimiza a possível ausência dos controladores de velocidade na avenida Beira-Mar Norte, por exemplo.
A coronel Claudete Lehmkuhl, porta-voz da Polícia Militar, antecipou que a PM já tem suas responsabilidades para com o trânsito no verão. E isso, ressaltou, passa por trabalhos inerentes à corporação, como blitze de trânsito e o aumento da fiscalização nas praias.
“A PM já tem seus pontos de preocupação para o verão, não podemos realizar funções que fujam de nossa alçada. Se a prefeitura necessita de radares é preciso adquirir os equipamentos”, afirmou.
Semáforos ainda sem definição
As incógnitas relacionadas ao trânsito florianopolitano persistem também na questão dos semáforos, cujo contrato com a empresa responsável foi rescindido.
Em comum com os radares, o fato de que as duas empresas, Kopp e Focalle, têm dirigentes presos pela Polícia Federal na Operação Ave de Rapina, que investiga fraudes em contratos e licitações entre empresas, vereadores e servidores públicos.
De acordo com o engenheiro Lírio José Legnani, autoridade de trânsito de Florianópolis, após a publicação da rescisão contratual com a Focalle no Diário Oficial do Município, deve ser formalizada a contratação emergencial de uma empresa para manter os semáforos.
“Não posso revelar o nome da empresa enquanto a rescisão com a Focalle não for oficializada. O que posso garantir é que não teremos problemas com os semáforos”, disse.
(ND, 09/12/2014)
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