Para Wilfredo Gomes, presidente do Lide em SC, entre os três segmentos que estão em alta e serão debatidos, o turismo de luxo é um dos menos explorados.
– Não temos ações voltadas para a qualificação de profissionais e nossos serviços ainda deixam muito à desejar – diz.
No que se refere ao uso do cinema para ganhar projeção, o secretário de Turismo do Estado, Filipe Mello, diz que as perspectivas são boas. Em 2015, o Estado terá uma participação mais efetiva na produção cinematográfica, já que recebeu a aprovação da Agência Nacional do Cinema no valor de R$ 3 milhões para desenvolvimento do ramo.
Em relação ao mercado náutico, Gomes critica a falta infraestrutura mínima que uma Ilha como Florianópolis deveria ter.
– Somos reféns de uma ou duas marinas. O investimento neste setor ampliaria o leque de ofertas de trabalho – destaca.
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ENTREVISTA
“Marinas devem ser acessíveis ao público” – MIKE DERRETT, Consultor em mercado náutico
Mike Derrett é consultor com experiência internacional em comércio marítimo. Presidente de uma empresa de consultoria em experiências em marketing náutico, da Inglaterra, a Mike Derrett Marine, ele concedeu entrevista por email ao Diário Catarinense. O especialista já escreveu artigos de marketing sobre o comércio marítimo em revistas como Boat Industry International, Índia Boating e Boat Owner Middle East.
Entre os problemas relacionados à Ilha de Santa Catarina, está a questão da falta de mobilidade – com transporte coletivo precário, falta de ciclovias, o excesso de veículos congestiona o trânsito em Florianópolis, limitado por se tratar de uma ilha. Entre as discussões para solucionar o problema, o transporte marítimo é apontado como uma das soluções. Quais exemplos poderiam ser aproveitados na cidade?
Mike Derrett – Sim, pode ser uma boa ideia, mas um estudo das condições do mar, áreas de desembarque para balsas e outras questões seriam necessárias, um estudo inicial de praticabilidade.
Barcos rápidos e catamarãs são as melhores opções, mas novas tecnologias como os barcos voadores (Wing in Ground Effect Craft – WIG) também podem ser convenientes. Bons exemplos de uso de transporte aquático estão em Hong Kong, Londres (no rio), Dubai e Lusail, uma nova cidade em Doha, no Qatar, onde balsas serão usadas para o transporte até a cidade velha e o aeroporto.
Como o senhor analisa o mercado náutico no Brasil e que bons exemplos poderiam ser difundidos em SC?
Derrett – O mercado de marinhas de lazer parece estar restrito pela da falta de marinas, devido à dificuldade de obter alvarás e outras questões por causa de preocupações ambientais. Muitas marinas no Oriente Médio e Ásia são feitas em áreas residenciais, onde as marinas são um local de concentração e atrai não só os residentes daquela região, mas também consumidores de cafés e bares do local.
Tais marinas deveriam ser acessíveis ao público e também aos residentes. Bons exemplos estão, principalmente, no Oriente Médio e na Ásia. Uma excelente estrutura é a Marina de Dubai, ancoradouro para mil barcos, e que está sempre lotada à noite, com o público geral aproveitando e estilo de vida.
Outro exemplo é uma marina de Singapura e a marina de Lusail, em Doha, no Qatar. Geralmente, os melhores exemplos de marinas modernas e como elas entram na vida da comunidade estão no Oriente Médio e na Ásia, e não na Europa, que, de maneira geral, está parada com restrições de planejamentos antigos.
Os melhores exemplos de marinas modernas e como elas entram na vida da comunidade estão no Oriente Médio e na Ásia, e não na Europa, que, de maneira geral, está parada com restrições de planejamentos antigos.
(DC, 07/12/2014)
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