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Cidade Limpa leva vereadores à PF

POLÍCIA FEDERAL COLETA o depoimento de sete vereadores da Capital. Outros oito devem depor hoje. Nova fase de indiciamentos está prevista para amanhã

Em meio à corriqueira movimentação de pessoas em busca de passaportes, a sede da Polícia Federal em Florianópolis viveu um dia atípico: sete vereadores da Capital se apresentaram para depor sobre as irregularidades investigadas pela Operação Ave de Rapina. Outros oito parlamentares devem trilhar o mesmo caminho hoje para encarar uma bateria de perguntas que têm como foco a tramitação do projeto de lei Cidade Limpa na Câmara de Vereadores.

A proposta encaminhada pela prefeitura com o objetivo de eliminar cartazes e outdoors na cidade teve o texto descaracterizado por uma emenda do vereador Marcos Aurélio Espíndola, o Badeko (PSD), que tornou o projeto aprovado praticamente inócuo.

Badeko está preso preventivamente desde a deflagração da operação em 12 de novembro e as supostas negociações entre parlamentares e empresários para realizar as alterações no Cidade Limpa original devem fazer parte da nova etapa de indiciamentos da Polícia Federal, a serem anunciados amanhã.

Pelo menos 15 vereadores estão sendo ouvidos – há dúvida sobre a intimação a Vanderlei Farias (PDT), que não está em Florianópolis. A movimentação de vereadores começou por volta das 9h de ontem, quando Coronel Paixão (PDT) chegou para depor. Logo em seguida foi a vez de Tiago Silva (PDT), acompanhado pelo colega Celso Sandrini (PMDB) – que não foi intimado.

– Há duas semanas eu estive aqui como presidente da Câmara para pedir mais detalhes sobre a investigação. Não sei porque fui intimado – disse Tiago ao chegar.

FARIA JÁ TINHA SIDO INDICIADO

À tarde, chegaram à Polícia Federal o presidente eleito da Câmara, Erádio Gonçalves (PSD), e o ex-presidente Cesar Faria (PSD), que renunciou ao comando do Legislativo após a deflagração da operação, quando foi conduzido a depor.

Farias já foi indiciado na primeira parte da operação, suspeito de liderar o que a PF considera um esquema de recebimento de propinas envolvendo Instituto de Planejamento Urbano e as empresas responsáveis por radares e sinalização de trânsito. Ele nega as acusações. Ao sair de mais um depoimento, confirmou as perguntas sobre a Cidade Limpa, mas evitou detalhes.

– Eles vão concluir os questionamentos amanhã (hoje), então acho melhor não falar agora – afirmou.

(DC, 03/12/2014)

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