O governador Raimundo Colombo se reuniu nesta terça-feira, em Brasília, com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para avaliar o andamento da operação “Brasil Integrado, Bravo Cidadão” em Santa Catarina. Para Colombo e Cardozo as ações estão sendo bem sucedidas e serão ampliadas. “Temos um plano conjunto de enfrentamento ao crime organizado em Santa Catarina que já está dando bons resultados. Nossa avaliação é positiva”, declarou o ministro, em entrevista coletiva no Ministério da Justiça.
De acordo com Cardozo, as estratégias para as próximas semanas estão traçadas, mas por se tratar de questão de inteligência, mais detalhes não podem ser fornecidos. No entanto, garantiu que a linha de atuação continuará a mesma. Ou seja, a repressão será mais forte nas rodovias, com o objetivo de atacar o crime de onde eles mais lucram. Além disso, serão realizadas barreiras dentro das cidades, essas com apoio das policias Militar e Civil. “Em armas, drogas, contrabando, descaminho e transporte de dinheiro”, listou na segunda-feira o major da Força Nacional, Rui Barroso.
O ministro reforçou que, sendo necessário, o governo federal enviará mais homens para a operação. “Quando uma organização criminosa é atacada, perde força e, principalmente, recursos financeiros, ela reage. O que o governo de Santa Catarina fez com relação ao sistema prisional do Estado é elogiável”, disse o ministro, mesmo que a ordem para os ataques tenha partido de dentro das cadeias catarinenses.
Entre as ações já realizadas pela parceria entre os governos estão a chegada de soldados da Força Nacional de Segurança para integração com as polícias Federal e Rodoviária Federal; transferência de 21 detentos vinculados a facções criminosas para penitenciárias de outros Estados; e fechamento terrestre, marítimo e aéreo com objetivo de impedir o fluxo de droga, armas e dinheiro. “Continuaremos com firmeza e determinação. A população pode confiar no trabalho que está sendo feito. Estamos prontos para o enfrentamento e não vamos baixar a guarda”, garantiu o governador.
Dezoito viaturas da Força Nacional deixam Florianópolis rumo a 10 cidades do Estado
Um comboio de 18 viaturas da Força Nacional de Segurança chamou a atenção de motoristas e pedestres em Florianópolis, no final da tarde desta terça-feira. Às 17h30, os carros, cada um com quatro agentes da unidade de elite, deixaram a Academia da PRF (Polícia Rodoviária Federal), na SC-401, Norte da Ilha, rumo a dez cidades catarinenses. “As equipes se deslocaram para Joinville, Mafra, Canoinhas, Água Doce, Guaraciaba, Maravilha, Concórdia, Campos Novos, Capão Alto e Araranguá. As dez cidades onde teremos barreiras fixas da Força Nacional e da PRF, que serão fundamentais para colocar em prática o plano de bloquear a entrada de drogas e armas pelas fronteiras”, afirmou o inspetor da PRF, Luiz Graziano.
Vizinho à Academia da PRF, o frentista Ricardo Alexandre de Jesus, 38, aprendeu a conviver com o barulho de helicópteros à noite e a movimentação das viaturas durante o dia. Na Vargem Pequena, onde nasceu e mora, o conselho que Ricardo deixa para os pais idosos é claro e sucinto: “Digo para fecharem as portas e janelas antes de anoitecer e depois que não saiam de casa, nem se alguém bater na porta”, disse.
Mesmo com chegada da Força Nacional, ataques continuam pelo Estado
A Força Nacional conta com pelo menos 80 homens em Santa Catarina, segundo apurou o Notícias do Dia. Segundo a PRF, a cúpula de inteligência da Força Nacional permanecerá em Florianópolis, executando trabalhos de investigação e levantamento de dados, além de apoio a ações da PRF e da Polícia Federal.
A partir de hoje, os agentes que deixaram a Capital ontem intensificarão o policiamento nas rodovias estaduais e federais do Estado, com barreiras fixas e móveis que tentarão “asfixiar” organizações criminosas com atividades em Santa Catarina. Mesmo diante da resposta das autoridades à onda de violência, os ataques continuam acontecendo. Ontem, duas escolas foram queimadas em Navegantes e um ônibus em Blumenau. Ambos os casos têm relação com os ataques, informou a Polícia Civil.
Delegado da Deic (Departamento Estadual de Investigação Criminal), Procópio Silveira afirmou que o trabalho da polícia conseguiu interceptar outros ataques no Estado, mas que em alguns casos as ações da bandidagem são rápidas e incertas, o que dificulta o trabalho dos agentes. “O trabalho de investigação é contínuo, e não descansaremos enquanto não desbaratarmos completamente os responsáveis pelo que vem acontecendo”, disse.
( Notícias do Dia Online, 07/10/2014)
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