Voluntários recolhem uma tonelada de resíduos sólidos na praia do Tinguá

O Dia Mundial da Limpeza dos Oceanos, comemorado neste sábado (20), foi marcado por uma ação ambiental que mobilizou mais de 150 voluntários e 20 mergulhadores na praia do Tinguá, em Governador Celso Ramos. O trabalho resultou na retirada de cerca de uma tonelada de resíduos sólidos extensão de areia e também no fundo do mar.

A ação, liderada pela Acatmar (Associação Náutica Catarinense para o Brasil) faz parte da terceira etapa do projeto “Limpeza dos Mares”, e contou com a colaboração de entidades como o Icmbio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), e também a Prefeitura Municipal de Governador Celso Ramos.

A ideia, de acordo com o prefeito Juliano Duarte, é mostrar a população que VALE a pena aproveitar os recursos que a natureza oferece, mas é preciso que todos façam a sua parte. “As pessoas têm que tomar consciência que precisam levar o seu lixo para casa, é algo simples, mas que ainda não é executado por todos”, afirma.

A praia do Tinguá é um dos destinos mais procurados por turistas durante a temporada no município, mas a grande presença de iates, barcos e lanchas no local colabora para o aumento de resíduos deixados tanto no mar, como na areia da praia.

Redes de pesca, garrafas, latas de alumínio e tampa de ventilador foram apenas alguns dos inúmeros lixos recolhidos pelos voluntários presentes. “As pessoas que jogam o lixo pensam que aquele resíduo jogado não vai fazer mal, mas a quantidade de lixo que se retira da água é impressionante”, lamenta o mergulhador Rico Figueiredo.

Para o também mergulhador Mário Neto, o maior problema das praias da Grande Florianópolis é a falta de preocupação dos moradores com o local em que vivem. “As pessoas não tem ideia do mal que fazem ao deixar estes resíduos na água e na areia”, afirma.

A ação da Acatmar é a terceira realizada neste ano. Resíduos sólidos também foram recolhidos na Ilha do Francês e no Arvoredo, em Florianópolis. A ideia é que o projeto continue no próximo ano com a implantação pós temporada, para avaliar a situação que ficam as praias da capital.

Lixo no mar, um perigo a natureza

Quem mergulha pelos mares da Grande Florianópolis sabe que o lixo jogado não se restringe a extensão de areias e costões da praia. Os resíduos estão em toda a parte, muitas vezes levados pela maré, ou até mesmo jogados de embarcações. Os problemas que a falta de conscientização acarreta são inúmeros. “Temos o problema que os animais marinhos enfrentam. A tartaruga, por exemplo, se alimenta de alga, e ao ver o plástico acaba se confundindo e podendo ficar engasgada. Da mesma forma, já encontramos tartarugas enroscadas em redes de pesca”, lamenta o instrutor de mergulho Dario Pendragon.

Os problemas também se estendem, segundo ele, à depreciação do meio ambiente e até mesmo a eliminação de espécies animais que ingerem produtos tóxicos.

“Fico triste em ver que estão acabando com a natureza. Precisamos fazer a nossa parte. Aqui no Tinguá tem muito excesso de lixo”, lamenta a estudante e integrante do Projeto Protetores Ambientais, Helen Oliveira.

Protetores ambientais, exemplo de atitude correta

Durante a ação de limpeza do mar, na praia do Tinguá, um grupo de estudantes do Projeto Protetores Ambientais, mostrou que a consciência ambiental começa desde cedo. Os jovens aprendizes foram responsáveis pela coleta de lixo na extensão de areia da praia.

“Encontramos muita garrafa de vidro, inúmeros lixos, e sabemos que isso é ruim para o meio ambiente. Mais do que fazer nossa parte, temos que conscientizar as pessoas”, afirma Rafael José, integrante do projeto.

Segundo o prefeito Juliano Duarte, a praia do Tinguá é uma das que sofre com o grande número de turistas no verão. Nessa época do ano, o município recebe cerca de 5 mil pessoas por dia. “Criamos este projeto para que quem vive aqui tenha atitude correta em relação ao destino do lixo. O grupo trabalha a questão ambiental, em seus diversos aspectos, e a educação, é uma delas”, garante.

(Notícias do Dia Online, 20/09/2014)