Nos próximos cinco anos a conta de luz ainda deverá ter aumentos significativos no Brasil. O reajuste das tarifas em todo o país, incluindo os 23,21% a mais para os catarinenses, foi debatido nesta segunda-feira (25) no 2° Seminário Nacional de Redes Subterrâneas de Energia para Condomínios, promovido pela ACE (Associação Catarinense de Engenheiros).
Segundo o presidente da Celesc (Centrais Elétricas de Santa Catarina), Cleverson Siewert, do total reajustado, apenas 1,23% é gerenciado pela empresa. O restante, que é determinado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), leva em conta a compra e o transporte da energia, os custos operacionais, encargos, tributos e componentes financeiros envolvidos. “O aumento para o próximo ano pode ser tão grande quanto o que passamos agora, mas não podemos ter certeza, isso dependerá do momento hidrológico que o país vai viver”, ressalta Siewert.
A crise energética em que o país se encontra é considerada a pior desde que o presidente da Abradee (Associação Brasileira das Distribuidoras de Energia Elétrica), Nelson Fonseca Leite, entrou no setor há 33 anos. Até o fim deste ano, serão cerca de R$ 30 bilhões em empréstimos e indenizações. O endividamento será arcado pelos consumidores com o reajuste de tarifas. “No fim de 2012 o governo admitiu que estávamos no meio de uma crise e conseguimos recursos do Tesouro para cobrir custos extras com geração termoelétrica. Imaginávamos um período de chuva intensa para 2013, mas foi pior que no ano anterior”, disse Nelson.
No Paraná, o aumento de tarifa seria ainda maior: 35,05%. O valor aprovado pela Aneel era preocupante, mas a Copel (Companhia Paranaense de Energia) negociou com o governo um reajuste de 24,85% aos consumidores. “A crise do setor impacta diretamente o usuário. Abalou as distribuidoras, mas nós tivemos um bom faturamento do segmento de geração de energia e conseguimos não repassar tanto o custo. Nos próximos anos, a perspectiva é de uma tarifa que tenderá a continuar alta para compensar as diferenças de preços e o aporte do governo federal”, explica o presidente da Copel, Vlademir Santo Daleffe.
Futuro está nas redes subterrâneas
Tema do seminário, as redes subterrâneas de energia, utilizadas no Centro de Florianópolis, serão discutidas no evento que encerra hoje. Alternativas às chamadas redes aéreas, são a aposta e a alternativa para um futuro, visando um melhor planejamento das cidades.
“Hoje temos um emaranhado de fios na cidade e as redes subterrâneas melhoram a confiabilidade, a estética, a operação e a manutenção do sistema. O custo de implantá-la é cinco vezes maior, mas se ganha nestes outros quesitos”, explica o presidente da ACE, Celso Ternes Leal.
No momento, o objetivo é incentivar o uso desse modelo de redes em condomínios novos para que, desta forma, os empreendimentos sejam planejados a partir desta demanda. “Hoje há uma disputa muito grande de espaço nas calçadas, entre pessoas, ciclistas, árvores e postes. A rede subterrânea traz características mais adequadas e uma série de benefícios”, avalia o presidente da Celesc, Cleverson Siewert.
Raio X das distribuidoras de energia no país
63 concessionárias no Brasil
Atendem 74,1 milhões de unidades consumidoras
Há um crescimento de 2,5 milhões de unidades por ano
Setor emprega 180 mil pessoas
Receita bruta de 140 bilhões
Gera 412 mil GWh
Participação de 2,2% no PIB (Produto Interno Bruto)
12,3 bilhões de investimentos anuais
Índice de satisfação de 78,9%
99,5% de domicílios atendidos no país
FONTE: Abradee, 2013
( Notícias do Dia Online, 26/08/2014)
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