A energia do catarinense ficará mais cara a partir de amanhã, quando a concessionária Centrais Elétricas de Santa Catarina S/A (Celesc) vai aplicar o reajuste aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A diretoria da agência reguladora decidiu ontem por um aumento médio de 22,62% no preço da energia. No começo de junho, a Celesc entregou um pleito de reajuste de 20,49% na luz.
Desde 2010, quando as distribuidoras começaram a divulgar os pedidos de mudanças de taxas, é a primeira vez que a concessionária catarinense recebe um percentual acima do solicitado. O parecer da Aneel surpreendeu entidades industriais, que representam 45% do consumo de energia em SC.
De acordo com o diretor técnico da Aneel, Reive Barros dos Santos, o aumento da luz dos catarinenses acima do solicitado pela Celesc se justifica pela tabela de preços da energia no mercado livre, que era de R$ 297,39 por KW/h em junho, e R$ 393,32 por KW/h em agosto. O presidente da distribuidora, Cleverson Siewert, explica que o pedido se baseia em projeções.
– As distribuidoras podem reajustar a tarifa apenas uma vez por ano. Quando isso vai ser feito, elaboramos uma projeção do mercado nos 12 meses seguintes. O aumento de 20,49% para 22,62% ocorreu porque a projeção da Aneel já tinha os valores consolidados do preços da energia em agosto, que ficou mais caro – disse Siewert.
Até amanhã, quando as novas tarifas começam a valer, a agência reguladora precisa disponibilizar todos os números consolidados para a Celesc discriminar os valores de aumento para cada setor da sociedade. No entanto, um cálculo preliminar da Aneel revela que o aumento para o consumidor residencial será de 22,47%, quase o dobro do aplicado no ano passado: 12,9%. A estiagem no começo do ano e o elevado consumo de energia provocaram a alta nos preços da luz.
(Por DC, 06/08/2014)
O reajuste médio para as 2,6 milhões de unidades consumidoras do Estado foi de 22,62%. No entanto, para a indústria, a média do aumento será de 22,42%. Representantes de entidades do setor se disseram surpresos com a decisão da Aneel de aplicar um aumento acima do pedido pela Celesc.
– A indústria catarinense já paga 7% a mais na conta de energia do que a média nacional. Com esse aumento significativo que será realizado, podemos gastar até 10% acima do que o país paga. É uma carga muito pesada sobre o industrial catarinense. Uma opção de ajuda ao setor seria os governos diminuírem a tributação – reclamou Glauco José Côrte, presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc).
Segundo a federação, o setor que mais deve sofrer com o reajuste é o metalúrgico. A energia chega a representar até 12% do custo da produção de empresas do setor. O presidente do Sindicato Patronal da Indústria Mecânica de Joinville (Sindimec), Hamilton Cardoso de Aguiar, citou que alguns empresários preferem investir em Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) para gerar a própria energia.
– Esse aumento divulgado pela Aneel é excessivo para ser aplicado de uma vez só. Não temos como repassar isso ao consumidor.
(DC, 06/08/2014)
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