Pesca da tainha comprometida em Florianópolis

Mais uma vez a pesca da tainha em Santa Catarina está comprometida. A rede anilhada, que é uma rede fechada e içada por um guincho mecânico, com capacidade para capturar até cinco toneladas de peixe, foi proibida no último sábado, pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente). A notícia pegou os pescadores de surpresa. Eles estão preocupados com o fim da safra de tainha, no dia 30 de julho, e este é o momento de grande captura.

Desde o dia 23 de maio os pescadores vinham utilizando a rede anilhada para a pesca da tainha. Eles puderam realizar seu trabalho graças a um mandado de segurança coletivo que permitia aos pescadores o uso deste tipo de rede, mas as discussões sobre a utilização do equipamento continuaram a provocar polêmica nos órgãos competentes. “O Ministério da Pesca coloca gente não competente, que não conhece o mar e não vem pedir informação de como funciona a coisa. Simplesmente colocam goela abaixo a lei. A tainha é um peixe esperto e usamos a rede para cerrar por baixo. Com essa proibição vamos ficar na praia olhando o peixe passar?”, questionou João Esperândio dos Santos, presidente da Associação dos Moradores da Armação, em declaração à RICTV.

Durante este período de negociações, os pescadores conseguiram capturar 1.260 toneladas de tainha. Agora, sem a rede anilhada, volta a valer a resolução do Ibama de agosto de 2012, que proíbe o uso com o entendimento de que este tipo de rede caracterizaria atividade industrial, o que é proibido.

De acordo com os pescadores, a rede é utilizada para cerrar por baixo a tainha, já que o peixe é conhecido por sua agilidade. O uso da rede anilhada está proibida até 30 de julho. Enquanto isso, os pescadores exigem a revogação da proibição. “Estamos com barcos de 60, 80 toneladas, parados e não podemos trabalhar”, disse o pescador Rafael Januário.

(Notícias do Dia Online, 16/06/2014)