De difícil execução, a duplicação da rua Deputado Antônio Edu Vieira, importante via que faz a ligação entre Sul e o Norte da Ilha, está baseada num projeto que privilegia a mobilidade urbana da Capital, dotando ambos os sentidos dos 2,3 quilômetros de alternativas para minimizar o desgastante trânsito da região. O futuro da Edu Vieira está desenhado. Agora, o objetivo é executar a obra que custará R$ 12 milhões.
No dia seguinte à aprovação, por meio do CUn (Conselho Universitário) da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), da cessão de um terreno de 20 mil m² da universidade para a duplicação da Edu Vieira, a prefeitura começou a colocar em prática o projeto que, além de melhorar a mobilidade, terá que atender 13 contrapartidas exigidas pela UFSC. “Já incluímos contrapartidas, como a das ciclovias, mas alguns pontos são mais complicados”, afirma o engenheiro Carlos Alberto Riederer, diretor de Projetos da Secretaria de Obras da Capital.
Aos milhares de cidadãos que transitam com dificuldade pela Edu Vieira, de carro ou ônibus, em especial nos horários de pico, o argumento do secretário de Obras de Florianópolis, Domingos Zancanaro, para agilizar os trâmites da obra é um alento. “Não se pode mais perder tanto tempo num trecho tão curto”, diz.
Até o fim de junho, a prefeitura espera já ter incluído as contrapartidas da UFSC ao projeto. O professor Paulo Pinheiro Machado, relator do processo no CUn, lembra que a universidade não abrirá mão do que foi acordado em protocolo de intenções, apesar de reconhecer a importância da duplicação. “A obra é importante, mas aguardamos os próximos passos”, resume.
Bom para uns, ruim para outros
Moradores, estudantes, professores, trabalhadores ou simplesmente quem apenas transita pelo local. Todos serão atingidos pelo projeto de duplicação da Edu Vieira, no Pantanal. Como em toda mudança que envolve grande número de pessoas, as opiniões se dividem.
Para Fernanda da Silveira, 36 anos, gerente administrativa da mecânica e autopeças Toninho, que há 30 anos está no número 615 da Edu Vieira, a duplicação trará transtornos para o negócio. Porém, nada comparado ao que ela e a família se acostumaram nas últimas décadas. “Para o meu ponto comercial era melhor seguir como está, mas para o trânsito e mobilidade da região será ótimo”, define a filha de Toninho.
O empreendimento de Fernanda será desapropriado. Ela e o pai, contudo, irão transferir o negócio para uma parte aos fundos do atual terreno. Até agora, conta, a família ainda não conversou sobre valores da desapropriação com a prefeitura. “Eles apenas nos procuraram para saber a inscrição imobiliária”, informa.
Giseli Dutra, 42, proprietária da padaria e mercado Açoriano, terá uma parte do estacionamento de seu comércio, que é arrendado, desapropriado. Não é isso, no entanto, que a incomoda. “Como as pessoas vão atravessar uma rua de 30 metros? Muita gente aqui é contra esse projeto, até porque muitos não foram procurados”, reclama.
Rótula da Eletrosul terá elevado
Um elevado que passará sobre a rótula da Eletrosul e o desvio de uma pista de rolamento por trás de um condomínio residencial serão os dois maiores desafios da duplicação da Edu Vieira, segundo Carlos Alberto Riederer, diretor de Projetos da Secretaria de Obras. O elevado, que terá 11,8 metros de extensão, será usado exclusivamente pelos ônibus. “A intenção é fazer com que o transporte coletivo seja uma vantagem em relação ao carro”, avalia Riederer.
No trecho do condomínio, o projeto prevê o recuo do muro e do portão frontais. As casas estão dentro da distância, o que ajudará nas obras. “Teremos que fazer um muro de contenção nas residências do condomínio enquanto estivermos trabalhando na abertura da via”, explica. Conforme o diretor, as cerca de 40 desapropriações também são uma dificuldade da obra.
A OBRA
Dois passeios de 2,5 metros
Uma ciclovia de 3 metros
Canteiro que separará as bicicletas dos carros, com um metro, será maior do que os outros dois canteiros, divisões entre carros e ônibus, com 0,6m cada um
Duas faixas de ônibus de 3,5 metros cada uma
Quatro faixas de rolamento de 3,2 metros cada uma
30 metros é a largura total da via
R$ 12 milhões é o valor total da obra
R$ 11,4 milhões é o valor dos recursos oriundos do PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento)
R$ 600 mil será o valor da contrapartida da prefeitura
A prefeitura espera começar a obra em outubro
Após o início da obra o prazo de conclusão é de 18 meses
A UFSC exige que 13 pontos de contrapartida sejam cumpridos pela prefeitura, que pretende inseri-los ao projeto até o fim de junho
( Notícias do Dia Online, 08/04/2014)
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