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A bossa do teleférico

(Por Carlos Damião, ND, 22/05/2014)

O projeto do teleférico ligando a região do Ticen à Praça Santos Dumont, na Trindade, será debatido em audiência pública nesta quinta (22), às 19h, no IFSC da Mauro Ramos. Moradores da Trindade estão se mobilizando para participar do encontro: grande parte deles não aceita a ideia, considerada estapafúrdia, do ponto de vista urbanístico, porque não resolve e nem ajuda a melhorar a questão da mobilidade urbana. O professor Werner Krauss Júnior, da UFSC, desenvolveu uma longa análise técnica a propósito da proposta, concluindo “pela inviabilidade do empreendimento para a cidade de Florianópolis. Em vez desse projeto, seria recomendável usar os recursos para obras de infraestrutura de suporte para corredores exclusivos de ônibus de alta qualidade, os quais trariam capacidade suficiente para a demanda por transportes na cidade e na região metropolitana”. Werner tocou num ponto fundamental: o teleférico resolveria minimamente a mobilidade central de Florianópolis, criando mais problemas do que soluções. Há controvérsias sobre esse tipo de encaminhamento inclusive no âmbito da prefeitura, com muito mais autoridades contrárias do que favoráveis. O governo federal, por meio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), teria R$ 142 milhões disponíveis para a implantação do projeto. É muito dinheiro para poucos usuários, cerca de 4% da população, conforme o estudo do professor Werner. Trata-se, e aqui quem opina sou eu, muito mais de uma bossa urbanística do que uma solução efetiva para um problema muito grave.

 

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1 Comentário

  1. Wladimir disse:

    Eu pessoalmente acho genial esse projeto e muito positivo para a cidade em vários aspectos. Uma cidade que pretende se beneficiar também do turismo e congressos deve (principalmente fora da temporada) oferecer algum atrativo além de praias e sequência de camarão. O teleférico pode até sair um pouco mais caro – se analisado exclusivamente sob o ponto de vista de transporte. Mas soluções urbanísticas devem considerar outras variáveis, e o teleférico (assim como o uso do transporte marinho, o uso da ponte antiga para pedestres e bicicletas) vem associado com um enorme aumento de opções de lazer, valorização paisagística e a geração de empregos associadas. Não podemos esquecer que não é só o passeio de teleférico traria uma experiência excepcional diária aos usuários habituais. Este transporte também abriria um acesso fácil, público e divertido à população e aos turistas ao visual espetacular do topo do Morro da Cruz.

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