Os dois projetos de transporte marítimo que poderiam ajudar a resolver o problema de mobilidade urbana ligando municípios da Grande Florianópolis passam por revisão financeira. As propostas foram selecionados em janeiro por técnicos da SC Participações e Parcerias (SCPar), por meio do Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI). Na época, a previsão do governo do Estado era implantar o sistema em caráter experimental em março deste ano.
Em janeiro, a análise indicou ser necessário mais estudos e melhorias nas propostas, que ficaram em um valor muito acima do esperado – R$ 400 milhões, o que equivaleria a uma nova ponte ligando Ilha e Continente. Parte dos valores seriam pagos com aporte público, ou seja, por meio de parcerias com a iniciativa privada.
Os projetos foram apresentados pelas empresas CCR e pelo Consórcio Floripa em Movimento. O comitê técnico definiu as diretrizes para estes ajustes e autorizou as companhias proponentes a prosseguir com os estudos, visando adequar os seus projetos. O (PMI) é um instrumento legal que permite ao poder público receber de empresas privadas estudos e projetos de engenharia, estudos econômico-financeiros, jurídicos e ambientais. O processo começou em dezembro de 2012.
A ideia é que a estas propostas sejam somados os resultados do Plano de Mobilidade Urbana Sustentável (Plamus) da Grande Florianópolis que desde janeiro colhe dados de como moradores se deslocam entre as 13 cidades da região. Deste documento, sairão alternativas e soluções de transportes mais viáveis financeiramente e mais eficientes.
Técnicos que fazem parte do Plamus planejam visitar 5,4 mil residências até junho. Os moradores responderão sobre hábitos de deslocamento nas cidades. A previsão é de que em dezembro deste ano o plano esteja concluído e em janeiro de 2015 os resultados sejam apresentados.
R$ 941 milhões é o valor total do projeto da CCR que prevê o uso de barcas e ferry-boats
R$ 5 bilhões é o total da proposta do Consórcio Floripa que prevê monotrilho, Pod Sit e barcas
As propostas
CCR
– Investimento: R$ 941 milhões sendo R$ 500 milhões de aporte público mais R$ 41 milhões de contraprestações anuais pagas pelo governo
– Início das obras: 2014, com duração de 18 meses
– Operação: 2015
– Como seria: A empresa prevê terminais no Centro e nos bairros Saco dos Limões e Canasvieiras, em Florianópolis; e nos bairros Barreiros e Kobrasol, em São José. Seriam usadas 14 embarcações para transportes de passageiros, com capacidade de 500 pessoas cada, e 24 ferry-boats (para transporte de veículos), com capacidade de 102 veículos cada
– Tarifas: Foram previstas no valor de R$ 4 (barcas de passageiros) e entre R$ 15 e R$ 20 (ferry-boat)
CONSÓRCIO FLORIPA EM MOVIMENTO
– Investimento: R$ 5 bilhões sendo R$ 1 bilhão com um aporte público e R$ 319 milhões de contraprestações anuais pagas pelo governo
– Início das obras: 2014
– Operação: 2015 (transporte marítimo) e entre 2021 e 2022 (Pod Sit e monotrilho)
– Como seria: Prevê transporte marítimo, monotrilho e Pod Sit (carro elétrico sem motorista). Na Grande Florianópolis, a proposta é implantar o monotrilho em três fases. A primeira teria 7,1 quilômetros de extensão, entre o Terminal Rita Maria, no Centro de Florianópolis, e um novo terminal no bairro Kobrasol, em São José. Na segunda fase, seriam implantados mais 4,35 quilômetros, com um terminal em Barreiros, em São José. E, na última etapa, ocorreria a integração com uma nova rodoviária no Centro de Florianópolis. Propõe uma ponte exclusiva para o monotrilho entre Ilha e o continente. A capacidade estimada é de 100 mil passageiros por dia
– Tarifas: R$ 3 (monotrilho), R$ 5,3 (Pod Sit) e entre R$ 2,6 e R$ 3 (barcas)
Deu no DC
Em 2013, uma pesquisa na Ponte Pedro Ivo questionou motoristas sobre a mobilidade e causou congestionamento.
Em janeiro, o governo divulgou os projetos de transporte marítimo para melhorar trânsito na Grande Florianópolis
(DC, 10/04/2014)
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