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Arquiteta recebe prêmio da ONU

Recém formada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a arquiteta e urbanista Mariana Morais Luiz, 23 anos, foi premiada em um concurso organizado pela ONU Habitat – que discute moradia e desenvolvimento sustentável no mundo.

A proposta voltada para a comunidade Chico Mendes, na região Continental de Florianópolis, venceu a categoria regional, que engloba América Latina e Caribe, da competição Urban Revitalization of Mass Housing, em português: Revitalização Urbana de Moradias de Massa.

Com o projeto Gente e Gesto na Cidade “Formalizada”, Mariana ficou em primeiro lugar entre três concorrentes na etapa nacional da competição, e ganhou de novo a primeira colocação na disputa latino-americana.O prêmio ainda escolheu projetos em outras cinco regiões do planeta, além da categoria global.

A arquiteta disse que ficou bastante surpresa com o resultado e que, quando veio a premiação nacional, ela já estava muito satisfeita

– Não imaginei, porque temos uma arquitetura muito forte em outros países como Argentina, Chile e Colômbia – revela.

Ela acredita que o sucesso do projeto orientado pelo professor Renato Tibiriçá de Saboya, parte do seu trabalho de conclusão de curso, deve-se ao fato de ela ter ido além do desenho urbano, alinhando de maneira social outras alternativas para o espaço que a comunidade Chico Mendes ocupa na região Continental de Florianópolis.

A proposta de Mariana foi costurar iniciativas já feitas pela comunidade local, e propor espaços para trocas sociais. Ela projetou áreas para o estabelecimento de comércios, da horta e de um projeto de compostagem já desenvolvido por moradores.

As diretrizes propostas pela arquiteta passam por três aspectos: Tempo Livre, relacionadas ao lazer; Casa e Rua, para melhorar o ambiente de vivências; e, por último, Trabalho, que busca incentivar e abrigar interações econômicas entre os membros da comunidade.

Mariana ficou um ano envolvida com a comunidade, onde teve o auxílio da ONG Casa Chico Mendes. Durante a graduação, ela sempre pesquisou e se dedicou a projetos de interesse coletivo.

(DC, 29/04/2014)


Autora não espera aplicação

Além do reconhecimento, a arquiteta irá receber uma quantia em dinheiro, mas que ainda não foi divulgada pela organização da competição internacional.

Mariana diz não criar novas expectativas em relação ao prêmio:

– Fico feliz com o reconhecimento, mas o que mais me deixa satisfeita é o reconhecimento da minha profissão em si, que tem um papel muito importante na promoção de cidades mais humanas, mais justas – diz a arquiteta.

Ela também não tem esperanças que seu projeto saia do papel, já que a comunidade Chico Mendes, apesar de carente, é bem estruturada.

– Não acredito que ela seja uma área prioritária, tendo em vista outros lugares carentes. Os moradores têm uma organização muito forte na comunidade – diz.

Apesar disso, a ex-aluna da UFSC espera que o trabalho ajude os moradores em projetos como o da compostagem. Ela diz que há mais de dois anos eles procuram um lugar para fazer o trabalho ambiental, e estão hoje numa sala improvisada:

– Espero que meu projeto traga um incentivo maior para as iniciativas que já acontecem.

(DC, 29/04/2014)

mm
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