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Governo do Estado ameaça romper contrato com empresa que duplica SC-403

A pedra que rolou do alto de um barranco às margens da SC-403, na noite de quinta-feira, atingiu um ônibus da empresa Transol e, por tabela, a construtora Espaço Aberto, responsável pelas obras de duplicação da rodovia que leva ao Norte da Ilha. Sexta-feira, o governo do Estado manifestou seu descontentamento com a empresa e ameaçou rescindir o contrato que prevê a entrega da duplicação da SC-403 até dezembro deste ano. A Espaço Aberto rebate, alegando que a obra está atrasada porque o governo não teria repassado o dinheiro necessário para acelerar os trabalhos.

O responsável da obra pelo governo, engenheiro Ivan Amaral, afirmou que existe uma forte possibilidade de o contrato ser rescindido na segunda-feira. O motivo, segundo ele, não é apenas o deslizamento e o choque da pedra com o ônibus, mas especialmente o atraso no cronograma dos trabalhos e a não implantação de medidas de segurança que poderiam ter impedido o acidente. “Nós achamos que a empresa não vai conseguir cumprir o cronograma prometido, que é concluir a duplicação da rodovia até dezembro de 2014. Não acreditamos que, sem material e pessoas, eles farão o que não fizeram até agora”, reclamou.

O receio de Amaral é exemplificado em números. Segundo o engenheiro, a obra que começou em setembro de 2013, tem prazo de execução até o fim do ano. Entretanto, cobrou, a empresa não concluiu nem 5% do serviço da tão esperada duplicação da SC-403, trecho de 5,2 quilômetros entre a SC-401 e Ingleses. “Hoje [sexta-feira], era para que 28% da obra estivesse concluída. Seis meses depois, eles fizeram 5% da obra, mesmo depois de termos feito cinco notificações à empresa, todas por problemas no cronograma e na segurança”, revelou.

Empresa alega atrasos do repasse de verbas

O diretor técnico da Espaço Aberto, Reinaldo Damaceno confirma os números apresentados pelo governo do Estado. Contudo, dá outra versão para o atraso. De acordo com Damaceno, a obra avança devagar porque o Estado não teria depositado a verba necessária para agilizar o serviço. “Ficamos esperando o dinheiro chegar e não chegou. Então, fomos trabalhando com recursos próprios”, afirmou, para dizer que não foi informado da possibilidade de rescisão do contrato. “Ao que sei, a obra continua. Interditaremos apenas o trabalho no trecho onde a pedra caiu”, assegurou.

Sobre o acidente com o ônibus da Transol, Damaceno argumentou que não estava previsto pela a empresa detonar as rochas na margem da rodovia. Ele informou que na quinta-feira à tarde, a equipe estava no local para fazer a limpeza da vegetação e retirar pedras pequenas da encosta. Quando se depararam com pedras maiores, perceberam que seria impossível tirá-las sem detonação. “O estudo topográfico da área não foi feito pela Espaça Aberto. Nós recebemos o estudo pronto do governo. Se soubéssemos do risco de deslizamento, teríamos tomado outras medidas”, garantiu. “A obra está dentro do cronograma. Pretendemos concluí-la em dezembro, mas segunda-feira teremos uma reunião e veremos o que acontece”, antecipou.

(Notícias do Dia Online, 22/03/2014)

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