Prefeitura avalia eventos do Fim de Ano da Magia
06/01/2014
Espaços do Casarão da Lagoa são reocupados para a temporada de verão
06/01/2014

Papo cabeça com Dalmo Vieira Filho

Por Carlos Damião (ND, 28/12/2013)

Superintendente do Ipuf diz que, mesmo depois de aprovado, o Plano Diretor deve continuar sendo debatido, por causa da dinâmica da cidade

A Câmara de Florianópolis vota nesta segunda (30), em segundo turno, o novo Plano Diretor da cidade. Ainda cercado de polêmica e dúvidas, o documento é resultado de sete anos de debates e, por incrível que pareça, é torpedeado tanto pelos ambientalistas e urbanistas radicais, quanto pela construção civil. Conversei com o superintendente do Ipuf, Dalmo Vieira Filho, que traz mais esclarecimentos sobre este processo final de aprovação do documento.

Daniel Queiroz/Arquivo/ND
Dalmo Vieira Filho é superintendente do Ipuf

O Plano Diretor em votação na Câmara é o ideal para Florianópolis?

Na essência, tenho convicção que o plano corresponde às necessidades imediatas da cidade e que ele será a base adequada para planos setoriais, como do setor norte do município, ou o próprio projeto Orla.

Alguns vereadores criticam a falta de discussões e omissões no projeto. Como o senhor avalia essas críticas?

Os vereadores estão há cerca de três meses com todos os detalhes do plano. Alguns participam desde o início do processo, vários estiveram nas oficinas locais e setoriais e todos participaram das duas tardes intensivas de apresentações e defesas específicas. Depois, sentamos com quase todos, na maior parte dos casos por várias vezes. Foram dois meses intensos de negociações e debates. Examinaram as minúcias e todos sabem o que votarão. O plano não sairia melhor, ao contrário, se esperássemos mais alguns meses.

O segmento da construção civil também critica o plano. Qual a razão, no seu entendimento?

A construção civil também sabe disso. A construção em si não será diminuída, mas apenas otimizada. No cômputo geral, se construirá mais e melhor, nas áreas de centralidade e principalmente, nas áreas de operações urbanas, que significarão uma enorme mudança qualitativa para a cidade. Por outro lado, os direitos de vizinhança serão respeitados na maior parte do município e a situação atual, em que é possível construir praticamente em qualquer lugar de Florianópolis, vai mudar.

Mesmo aprovado definitivamente, ainda assim o plano pode ser discutido depois?

A aprovação do Plano Diretor, depois de sete anos de discussões, não significa o fim dos debates sobre a cidade: ao contrário, a partir da base fundamentada do plano, já está proposto um calendário de encontros, seminários, oficinas e audiências, que serão concomitantes à implementação do projeto. Para ser eficiente, a base dada pelo PD deve prever monitoramentos, extensões e aprofundamentos, em especial na forma dos Planos Setoriais e dos Projetos Estratégicos. Entendida assim, a aprovação do PD proporciona, indiscutivelmente, um novo tempo para o desenvolvimento urbano de Florianópolis.

Do seu ponto de vista o plano está, digamos, no caminho certo?

O Plano Diretor realinha o desenvolvimento da cidade com seus desafios de futuro, com o suporte geográfico e com a capacidade de gerar infraestrutura. O novo PD compatibiliza crescimento com preservação do meio ambiente, respeita a identidade de cada bairro, organiza a construção civil, projetando centralidades em todo o município e diminuindo os conflitos de vizinhança. A criação das áreas de interesse social, o reconhecimento de ocupações consolidadas, o realismo na delimitação de ruas existentes e a diminuição radical das áreas exclusivas, permitirão a formalização de milhares de moradias e pequenos negócios em todos os setores da cidade.

Quais são as visões de futuro previstas?

As visões de futuro estão presentes com o viés metropolitano, a náutica, o desenvolvimento tecnológico, a educação, o equilíbrio social, o respeito ao patrimônio cultural e à paisagem. As alternativas viáveis de crescimento da malha viária e visões atuais de mobilidade fundamentam a proposta estrutural do plano, que propõe uma lógica nova para o transporte coletivo e torna real o modal marítimo.

mm
Monitoramento de Mídia
A FloripAmanhã realiza um monitoramento de mídia para seleção e republicação de notícias relacionadas com o foco da Associação. No jornalismo esta atividade é chamada de "Clipping". As notícias veiculadas em nossa seção Clipping não necessariamente refletem a posição da FloripAmanhã e são de responsabilidade dos veículos e assessorias de imprensa citados como fonte. O objetivo da Associação é promover o debate e o conhecimento sobre temas como planejamento urbano, meio ambiente, economia criativa, entre outros.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *