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Falta de fiscalização estimula ambulantes ilegais nas praias de Florianópolis

É impossível distinguir os ambulantes que têm ou não licença para trabalhar nas praias de Florianópolis neste verão. Isso porque, segundo o secretário Acácio Garibaldi, da Sesp (Secretária Executiva de Serviços Públicos), as camisetas que seriam entregues aos ambulantes com alvará estão atrasadas e devem chegar apenas no fim desta semana. Enquanto isso, a areia das praias da Ilha virou um camelódromo a céu aberto, onde se vende de tudo e não há fiscalização.

A situação está causando indignação nos donos de barracas e nos vendedores, que pagaram três parcelas de R$ 288, R$ 864 no total, por suas licenças, para ficar de acordo com a lei. Porém, agora sofrem com a concorrência dos que simplesmente pegam um isopor ou uma arara e vão para a praia vender de tudo.

Segundo a Sesp foram oferecidas 1151 vagas para alvará de vendedores ambulantes em 31 praias da ilha, mas apenas 743 interessados foram classificados e receberam o documento. Entre eles está Tiago Lima dos Santos, 33, que há 12 anos é ambulante em Florianópolis.

“Isso aqui está largado. Paguei duas parcelas pelo meu alvará e para quê? Exigem que a gente faça curso de manipulação de alimentos, de atendimento ao cliente e agora não tem fiscalização nenhuma, qualquer um vem aqui vender o que quiser. Está todo mundo indignado”, reclama o dono de uma barraca móvel de drinks e bebidas em Canasvieiras, Norte da Ilha.

“Se era para não fiscalizar, era melhor liberar para todo mundo de vez, era mais justo. Tem gente que reclama dos que não têm licença. Outro dia um dos que não têm alvará ameaçou com uma faca uma amiga minha que disse que ele não poderia comercializar os produtos aqui”, lembra o ambulante.

Vale tudo para chamar atenção

Com a falta do uniforme que deveria identificar os ambulantes, cada um veste o que bem entende e Henrique Lopes, 17, viu nisso uma oportunidade de marketing. Vestido com a roupa do personagem Batman ele empurra o carrinho de sorvetes pela praia de Canasvieiras e reconhece: a roupa chama mais atenção que oproduto. “Tem bastante gente que me chama e nem é pelo sorvete,é pela fantasia, mesmo”, conta o rapaz que faz a alegria das crianças, que passam cumprimentando o herói.

A situação atrapalha as vendas de quem tem barracas fixas na areia, como Luiz Carlos Guedes de Almeida, 60, que há cinco anos vende salgados e bebidas com sua mulher, Maria de Almeida, 56, em Canasvieiras. “Os pequenos sempre são prejudicados. A gente sofre com a concorrência dos restaurantes, que deixam cardápios aqui do nosso lado. Agora também tem essa quantidade enorme de ambulantes. Ontem mesmo tinha um vendedor não autorizado de cada lado da nossa barraca e um bem em frente. Tivemos que fechar”, conta Maria, que também não presenciou nenhuma fiscalização em Canasvieiras esse ano.

Ela se preocupa também com a qualidade do que é vendido para as pessoas da praia. “Esses ambulantes ficam aí o dia inteiro com alimentos armazenados de qualquer jeito, que qualidade que isso vai ter?”, questiona.

Confira o que a equipe do Jornal Notícias do Dia flagrou sendo vendido por irregulares em uma hora na praia:

  • Milho
  • Queijo de coalho
  • Churros
  • Água
  • Refrigerante
  • Cerveja
  • Sucos
  • Sorvete
  • Espetinho de carne, frango e camarão
  • Empada
  • Choripan (churrasco)
  • Algodão doce
  • Gelo
  • Castanha de caju
  • Vitaminas
  • Drinks (caipirinha, daikiris)
  • Chapéus
  • Biquínis
  • Cangas
  • Vestidos
  • Chinelos
  • Bijuterias – anéis, pulseiras, brincos
  • Óculos de sol
  • Tapetes
  • Redes
  • Cabideiros
  • Cd´s pirata
  • Carrinho de brinquedo
  • Porta-lata
  • Caneca
  • Prendedor de cabelo
  • Bolsas peruanas
  • Adereços indígenas

(Notícias do Dia Online, 08/01/2014)

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