Os turistas e moradores da Grande Florianópolis já começam a chegar na praia de Canasvieiras, uma das movimentadas da cidade durante a temporada. Mas a organização do espaço ainda é um desafio. Em meio a ambulantes, cadeiras e bares à beira-mar, os banhistas tentam conquistar um espaço na faixa de areia que já é pequena. Neste período, caminhando pela orla ainda é possível encontrar um lugar espaçoso para estender a tolha, montar a cadeira e o guarda-sol. Mas o temor dos banhistas, moradores e próprios comerciantes é de como vai ficar na alta temporada.
O casal Fabiano Preier Cruz, 26 e Sandra Bernardo, 34, é de Porto Alegre e pela segunda vez visita Canasveiras. Está hospedado no bairro para aproveitar o período de férias, mas teve que caminhar para procurar um local espaçoso. Como no sábado o dia estava nublado e a praia menos cheia foi mais fácil encontrar um espaço na areia. “Ficamos aqui porque é faixa de areia é maior. Queremos aproveitar a tranquilidade do mar sem ter que ficar preocupado em esbarrar em outros. No primeiro dia que chegamos já andei a praia toda para ver um local melhor, aí hoje viemos direto aqui”, contou Cruz.
Quem é daqui e já conhece a paria aproveita o período mais tranquilo. O engenheiro civil Erly Junior, 41 trouxe a mulher Cristiane Pereira, 38 e a filha Maria Clara, 6 e escolheu a ponta da praia para ficar. Eles consideram a faixa de areia pequena, mas não acreditam que o problema seja as cadeiras e mesas de bares. Para Cristiane também é preciso estrutura para o turista.
Por causa da criança o casal prefere locais mais abertos em que consigam ficar de olho na pequena. Mas caminhando pela orla puderam perceber a dificuldade em alguns pontos. “No verão não conseguiríamos ficar aqui onde estamos sem estar dentro da água”, disse Cristiane. “Na alta temporada preferimos praias mais espaçosas, geralmente vamos para Governador Celso Ramos”, completou Junior.
Promotora quer condenação por ocupação desordenada
O problema da falta de espaço na faixa de areia é recorrente e diz respeito também a estrutura restaurantes, casas, condomínios e até da praça que tem na entrada principal da praia que invade parte da faixa de areia. No início do mês a procuradora Analúcia Hartmann do Ministério Público Federal ajuizou ação civil pública contra a Prefeitura de Florianópolis, a Fundação Municipal do Meio Ambiente e da Secretaria do Patrimônio da União, sobre as ocupações que avançam sobre a areia e destroem as áreas de marinha em Canasvieiras.
A ação exige a recuperação sobre toda a extensão da faixa de areia da praia, retirada de construções e equipamentos irregulares e o cancelamento de todos os alvarás de licença para construção ou funcionamento em desacordo com a legislação ambiental federal. O relatório inclui dezenas de fotos dos locais irregulares e identifica 70 edificações dentro da faixa de terreno de marinha. A promotora também prevê medidas para cessar e impedir novas ocupações danosas em faixas de areia e restinga.
Juceimar Soares, 52, mora no bairro e trabalha na praia há 15 anos com aluguel de caiaques. Ele ocupa parte da faixa de areia para trabalhar, mas também reclama da falta de espaço. Em 2004 o empresário ouvia falar de ações da prefeitura em conjunto com a União de aterrar a parte da praia e fazer o alargamento em toda sua extensão, projeto que nunca foi realizado. Mas ao longo dos anos Soares percebeu que o número de turistas conhecidos que costumavam frequentar a praia todos os anos está diminuindo. “Os que chegam pela primeira vez ficam, mas já dizem que vão procurar outra praia no ano seguinte porque aqui não tem mais areia. Quando a maré sobe, são poucos os trechos em que é possível ficar fora da água”, relatou.
Moradores e comerciantes inseguros
Outro problema que afeta quem vive na região é a insegurança. Soares afirma que pelo menos uma vez por semana ouve relatos de colegas ou vizinhos que fora assaltados. Segundo ele fora da temporada falta policiamento e rondas efetivas na região. Canasvieiras conta com um posto policial que funciona apenas como ponto de monitoramento das 37 câmeras da região norte. O policial de plantão ali não atende ocorrências no bairro, exceto em casos que aconteçam nas imediações do posto. Apenas uma viatura com dois policiais atende a Canasvieiras e Jurerê.
Para o comerciante Carlos Sudatti, proprietário de uma loja de presentes e artesanato no bairro a situação já está crítica mesmo antes da temporada. Por causa da insegurança ele até fecha a loja mais cedo, em vez de 0h, às 20h as portas já estão fechadas. “Tem muitos usuários de drogas que se juntam e ficam perturbando por aqui. A falta de policiamento com a falta de iluminação boa nas ruas é propício para os arrombamentos que acontecem aqui”, lamenta.
(ND, 25/11/2013)
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Esta situação atual somente com a elevação do nível do mar tende a se agravar após o plano diretor atual ser aprovado, pois a ação da procuradora em caçar culpados e punir somente os empresários já vem de longa data. A variação das faixas de areia é um fenômeno natural, tanto que se olharem fotos aéreas da praia de Jurerê (pode ser notado também na praia da Pinheira em Palhoça) se vêem os “arcos” das posições mais antigas de “praias” de outrora. Mesmo a chamada Ilha do Papagaio Grande só se tornou um promontório em 1950; apesar de não ser mais uma ilha, o nome geográfico ainda continua. Muitas praias de ilha já encurtaram (ou “emagreceram”) violentamente e eu cito a de Ingleses (velho ou à direita de quem entra) de como o caso mais sério. De 1980 para cá encolheu mais de trinta metros! Quando as autoridades vão tomar ciência e fazer algo? Com o afugentamento dos banhistas (não só os de “fora” como traz o clipping FloripAmanhã, isto é que o maior problema) a renda da cidade vai cair. Vai cair também com o Plano Diretor atual com suas altas restrições ao uso do espaço. As pessoas que querem um plano muito “verde” se esquecem e não sabem o que é Economia de uma Cidade. O adensamento induz mais comércios e serviços e reduz o custo operacional da cidade em TODOS os aspectos. Ao aumentar estes custos, ao reduzir o principal atrativo da cidade (tem outros, como as lindas montanhas do Dalmo), a continuar a sanha política-judicial das procuradoras (Ana Lucia) a cidade inteira e não só Canasvieiras vai virar depósito de mendigos, pois empresários e investimentos já estão procurando outros locais, e, principalmente as pessoas de fora e mesmo nós daqui da cidade que não temos mais opção (ou opções são reduzidas cada dia mais) de praias. Esta parte do clipping FloripAmanhã é por demais emblemática de um futuro cada vez mais sombrio da natureza da cidade e seus equívocos paradoxais de preservacionismo.
Substitua o anterior por este:
i no site do FloripAmanhã e tenho a manifestar meus pensamentos sobre o futuro da cidade e das suas lindas praias. Esta situação atual geral somente com a elevação do nível do mar tende a se agravar após o plano diretor atual ser aprovado, pois a ação da procuradora em caçar culpados e punir somente os empresários já vem de longa data. A variação das faixas de areia é um fenômeno natural, tanto que se olharem fotos aéreas da praia de Jurerê (pode ser notado também na praia da Pinheira em Palhoça) se vêem os “arcos” das posições mais antigas de “praias” de outrora. Estávamos até pouco tempo, em processo de expansão sobre o mar. Mesmo a chamada Ilha do Papagaio Grande só se tornou um promontório em 1950; apesar de não ser mais uma ilha, o nome geográfico ainda continua. Muitas praias de ilha já encurtaram (ou “emagreceram”) violentamente e eu cito a de Ingleses (velho ou à direita de quem entra) de como o caso mais sério. De 1980 para cá encolheu mais de trinta metros! Quando as autoridades vão tomar ciência e fazer algo? Tecnicamente, somente aterrar não resolve, haja vista o caso de uma praia do litoral norte de SC: o mar “pegou” de volta. Tem que estudar o regime das correntes maritimas que ora depositam ora retiram areia: ou seja, tem que se agir usando a inteligência, o que infelizmente, nestas terras não é o forte; o forte aqui é o canetaço! Mas, voltando à Floripa, com o afugentamento dos banhistas (não só os de “fora” como traz o clipping FloripAmanhã, isto é que o maior problema: os “daqui”!) a renda da cidade vai cair; esta queda está semeada na entrevista com o alugador de apetrechos náuticos que ali deu entrevista. Vai cair (e muito!) a renda também com o Plano Diretor atual com suas altas restrições ao uso do espaço. As pessoas que querem um plano muito “verde” se esquecem ou não sabem o que é Economia de uma Cidade. Um moderado e experenciado adensamento induz mais comércios e serviços e reduz o custo operacional da cidade em TODOS os aspectos. Ao aumentar estes custos, por susar critérios meramente estéticos de desenvolvimento urbano, ao reduzir o principal atrativo da cidade (tem outros, como as lindas montanhas do Dalmo), a continuar a sanha política-judicial das procuradoras (Ana Lucia) a cidade inteira e não só Canasvieiras vai virar depósito de mendigos (como aquele bairro já está), pois empresários e investimentos já estão procurando outros locais, e, principalmente as pessoas de fora e mesmo nós daqui da cidade que não temos mais opção (ou opções são reduzidas cada dia mais) de praias. Esta parte do clipping FloripAmanhã é por demais emblemática de um futuro cada vez mais sombrio da natureza da cidade e seus equívocos paradoxais de preservacionismo.