O estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que apontou Santa Catarina como o estado com mais carros ou motos particulares por domicílio reforça a necessidade de melhorar a qualidade dos transportes públicos em nível estadual, principalmente na Capital. É consenso entre administradores, especialistas e cidadãos de que é hora de agir com extrema celeridade e eficiência para reverter a situação atual da mobilidade urbana nas principais cidades brasileiras. Para isso, os presidentes do Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Florianópolis (Setuf), Waldir Gomes, e da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), Otávio Vieira da Cunha Filho, apontam medidas para qualificar e racionalizar o transporte por ônibus.
“A qualificação refere-se àquelas intervenções para oferecer melhores condições de conforto nos pontos de parada, veículos e demais elementos que contribuem para que o serviço prestado seja eficiente na visão do usuário do sistema”, explica Cunha. Já a racionalização, apresentada na opinião dele, engloba todas as mudanças físicas, organizacionais e operacionais voltadas para a eficiência principalmente em termos de aumento da velocidade operacional, com a adoção de faixas exclusivas, que reflete nos custos e consequentemente nas tarifas.
A existência de projetos para viabilizar essas iniciativas é condição básica para que o financiamento federal seja disponibilizado. Para facilitar, a NTU elabora um guia, em que detalha regras, passos, exemplos de termos de referências e empresas de consultorias capazes de trabalhar no detalhamento das propostas. “Em muitos casos a disponibilização de verbas governamentais não ocorre simplesmente porque esses requisitos não são sequer conhecidos pelos proponentes”, complementa Cunha.
De acordo com Gomes, intervenções como estas são essenciais para melhorar o serviço na Grande Florianópolis. “É sabido que o sistema atual está quase parando. Em horários de pico e nos pontos congestionados os coletivos trafegam em uma velocidade média de oito quilômetros/hora. Ironias à parte, a pé é possível se deslocar mais rápido”, ressalta.
Na capital catarinense, desde 2006, quando foi implementada a tarifa única, o número de passageiros diminuiu e a frota de ônibus nas ruas aumentou. Há uma década 380 coletivos atendiam aos moradores de Florianópolis e transportavam 5,3 milhões de pessoas/mês. Atualmente, são necessários, além destes, mais de 70 veículos para operacionalizar o sistema e o número de usuários é o mesmo.
(PalavraCom, 28/10/2013)
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