O Manguezal do Itacorubi de Florianópolis é o segundo maior manguezal urbano do Brasil, segundo o presidente do Instituto Mangue Vivo. O maior do país, segundo ele, fica no Recife, em Pernambuco. O ecossistema é uma transição entre o mar e a terra, e consiste em um importante espaço para reprodução e criação de diversas espécies. Segundo informações passadas pelo instituto, os manguezais ocorrem em 75% das regiões tropicais costeiras abrigadas entre o Trópico de Câncer e o Trópico de Capricórnio.
Manguezal do Itacorubi é o maior dos cinco existentes em Florianópolis (Foto: Instituto Mangue Vivo/Divulgação)
Os manguezais sofrem influência das marés e por isso possuem uma vegetação característica, além de possuir fauna composta por espécies de origem terrestre e aquática. Em função da riqueza biológica, este ecossistema é considerado berçário natural, onde muitas espécies se reproduzem. A área é protegida pelo Código Florestal (Lei Federal n° 4771/65), e são caracterizadas como Áreas de Preservação Permanente (APP), conforme a Resolução CONAMA nº 303/02.
Em Florianópolis, segundo a Prefeitura, há cinco mangues: o do Itacorubi, que corresponde ao Parque Municipal do Itacorubi, sendo administrado pela Floram; o Manguezal de Ratones e do Saco Grande, que integram a Estação Ecológica dos Carijós; e o Manguezal do Rio Tavares e da Tapera, parte integrante da Reserva Extrativista Marinha do Pirajubaé.
Entre os animais que vivem no mangue estão algumas espécies de caranguejos como o uça, o guaiamum e o aratu, e aves como galinha-do-mangue, savacu e ibis. Já a fauna característica conta com três árvores principais: o mangue-vermelho, o mangue-branco e o mangue-preto.
O mangue-vermelho tem este nome por causa da madeira, com coloração levemente avermelhada. Por causa da resistência, já foi utilizado para construção de pontes, cercas e casas. Já o mangue-branco é pequeno, com formato de arbusto. O mangue-preto é o mais comum em Florianópolis. É uma árvore de alto porte e possui flores brancas. As árvores possuem raízes longas, que permitem a fixação no solo lodoso.
Filhote de Jacaré-de-papo-amarelo (Foto: Anselmo Döll/Acervo Pessoal)
Uma das espécies que frequenta o ecossistema é o jacaré-de-papo-amarelo. A espécie habita as florestas tropicais, sendo comumente encontrada em áreas de baixada, em lagoas, lagos e rios.
São conhecidos por este nome pois, durante a fase do acasalamento, estes animais costumam ficar com a área do papo amarelada. Eles medem entre 1,5 m e 2,5 m e costumam se alimentar de crustáceos e pequenos mamíferos.
De acordo com o soldado Adriano, da Polícia Militar Ambiental, não há registro de ataques de jacarés em Florianópolis. “Porém, por causa dos filhotes, a fêmea fica bem agressiva, podendo atacar alguém que mexa com eles”, explica o soldado.
Situações irregulares ocorridas no Manguezal, como desmatamento ou descarte de lixo, devem ser denunciadas por meio do telefone (48) 3251-6964, ou pelo floram@pmf.sc.gov.br.
(
G1, 17/09/2013)