Entidades alinhadas na questão da mobilidade urbana na Capital
10/09/2013
Novo edital do transporte coletivo prevê redução de tarifas e integração fora dos terminais
10/09/2013

Por Carlos Damião (ND, 09/09/2013)
Há quem diga que audiências públicas não adiantam muita coisa, porque os debates normalmente não avançam muito, não há consequências posteriores – ou, quando há, demoram demais a aparecer. Mas vamos colocar fé: as audiências terão efeitos a partir do momento em que a cidadania comparecer em peso a esses encontros. Por isso, quem reclama do transporte coletivo em Florianópolis tem o dever de participar, nesta segunda (9), da audiência programada para o auditório do Tribunal de Contas, a partir das 8h. Serão debatidas as bases do edital de licitação do transporte coletivo da cidade, ou seja, o começo de uma nova era na capital catarinense, com menos improvisação, mais profissionalismo e qualidade. Algumas soluções já foram apontadas pelo próprio prefeito Cesar Souza Júnior, como a questão das tarifas muito caras, que afugentam o usuário (quem vai optar pelo ônibus para ir do Centro a Coqueiros, se o valor da passagem – ida e volta – é maior do que o consumo de combustível do automóvel?). Há grandes questões a serem debatidas, como a escassez de horários em algumas linhas, as conexões demoradas nos terminais de integração, o conforto nos coletivos. E é fato que o setor só vai melhorar se a população se empenhar nessa luta. O primeiro passo é participar dessa audiência pública, dar pitacos, se envolver, discutir, brigar pelo direito a um transporte coletivo de qualidade.
Barriga
Há quem sinta nesse monte de projetos que prometem resolver o problema da mobilidade urbana um certo sabor de “enrolation”. Amigo da coluna, desconfiadíssimo, como todo bom manezinho, acredita que “estão empurrando com a barriga. Quem quer resolver, resolve, não fica soltando projetos ao vento”. Pois então.
 
Prefeitura apresenta proposta para sistema de transporte
Por Simone Kafruni (Tudo Sobre Floripa, 09/09/2013)
Se a proposta que a prefeitura apresentou nesta segunda-feira pela manhã, em audiência pública no Tribunal de Contas do Estado, para o novo sistema de transporte público for aprovada e realmente implantada, Florianópolis finalmente verá luz no fim do túnel.
Redução da tarifa, recuperação da eficiência do sistema, renovação da frota, maior conforto aos passageiros, 100% dos ônibus adaptados a portadores de deficiência, controle eletrônico da frota, ônibus com GPS, ar condicionado nas linhas médias e longas e integração em qualquer ponto, não mais apenas nos terminais, foram algumas das diretrizes apresentadas.
Uma das novidades é o chamado Sistema de Apoio a Operação (SAO), que vai controlar e gerenciar 24 horas a operação do sistema. Com isso, será possível obter informações em tempo real de tudo o que acontece no sistema, permitindo agir de forma rápida sempre que houver algum tipo de problema. Por exemplo, se alguma linha precisa de reforço no número de veículos, o sistema identifica imediatamente, permitindo assim a otimização da frota e o pronto atendimento aos usuários. O controle de passageiros também vai ser eficiente, impedindo a superlotação dos coletivos.
Além disso, o SAO vai fiscalizar o cumprimento de itinerários e horários, além de servir como base para integração do sistema de transporte coletivo com outros modais que possam ser implantados no futuro.
A proposta também promete conectar o transporte público da cidade. Com isso, os passageiros, por smartphone ou telefone celular, vão poder buscar informações precisas sobre itinerário.
Resta saber se o que está no projeto será viabilizado e se vai dar certo porque as últimas mudanças no transporte público de Florianópolis resultaram em verdadeiro caos no trânsito da cidade. É ver para crer.
Na íntegra:  A Apresentação da Proposta de Licitação do Transporte Coletivo de Florianópolis
 
Transporte público e mais transparência
(Editorial, DC, 10/09/2013)
Ponto de partida das históricas manifestações de junho deste ano, o transporte coletivo enfrenta problemas crônicos em grande parte das 295 cidades catarinenses, como passagens caras, frotas em condições inadequadas, sistemas de transbordo ineficientes e falta de transparência. O quadro revela principalmente falta de ousadia e de coragem dos administradores públicos para enfrentar a questão de frente, com possibilidade de eventuais decisões impopulares e de contrariedade a poderosos interesses econômicos das empresas que detêm as concessões.
Acima de qualquer coisa, é um debate que envolve um tema maior e que afeta 100% da população e não só a expressiva parcela de moradores que usa ônibus diariamente para deslocamentos a trabalho ou a passeio: a mobilidade urbana. Investir num modelo que garanta efetivamente melhor qualidade do transporte público é pensar no todo e sepultar uma equivocada visão de gestão, que sempre privilegiou o transporte individual. E que contribui para agravar cada vez mais os engarrafamentos – e não só nos horários de pico.
A Capital catarinense, que não foge a essa regra em Santa Catarina, lançou ontem a licitação do transporte coletivo, uma aposta para superar déficits históricos e tentar mudar o patamar do sistema que atende diariamente cerca de 250 mil usuários e vem sendo alvo de críticas constantes ao longo dos anos. Vista como divisor de águas para garantir um serviço mais racional, moderno e eficaz, a concorrência passa por uso de novas tecnologias, mudanças de logística dos terminais de integração e disponibilização de mais informações aos cidadãos.
Este último ponto é central na discussão sobre as viradas nas políticas públicas que envolvem o transporte público, especialmente nos municípos de médio e de grande porte. Os passageiros têm o direito de saber como é feito o cálculo das tarifas e quais os itens das planilhas que entram nessa composição, quanto as prefeituras reservam de dinheiro público para subsidiar as empresas e ainda de serem chamados regularmente para opinarem sobre o desempenho dos sistemas. Transparência não é favor que os governantes fazem aos cidadãos. É obrigação.
Os passageiros têm o direito de saber como é feito o cálculo das tarifas e quais os itens das planilhas que entram nessa composição.

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