Diante da inoperância do sistema de saúde e da falta de resultados do modelo usado nos últimos anos, o governo do Estado muda a forma de administrar a área e aposta todas as fichas em gestão. O plano apresentado ontem é dividido em três frentes que se completam e é a maneira que o governador Raimundo Colombo (PSD) encontrou para tentar cumprir a maior promessa de campanha.
Batizado de Plano de Gestão da Saúde, a grande diferença do programa é que o governo se convenceu que erguer prédios e inchar a folha de pagamento não bastam. Baseado em um estudo feito por consultoria internacional, a solução passa por três medidas provisórias: pagamento por produtividade a médicos, gerentes e diretores de hospitais; repasse aos municípios de R$ 0,30 por habitante; e criação de oito centrais de regulação para melhorar o uso da estrutura existente.
O sucesso do plano depende da adesão dos profissionais, que estão sendo convidados a produzir mais e ter aumento salarial como contrapartida. O secretário da Fazenda, Antonio Gavazzoni, explica que será publicada tabela de referência informando quantos exames, consultas e cirurgias cada médico deverá realizar, e que se for superada ocorrerá compensação financeira.
Remuneração pode ultrapassar R$ 15 mil
As tabelas foram determinadas com base em estudos da consultoria internacional que visitou hospitais como o Sírio Libanês e os sistemas de saúde de São Paulo e Minas Gerais. A remuneração mensal dos médicos pode ultrapassar o teto do salário do servidor público que é R$ 15 mil.
Os diretores podem ganhar até o teto se atenderem as metas de satisfação do paciente, uso de recursos humanos, da estrutura física e o resultado financeiro. Para garantir que estes profissionais priorizem o hospital foi determinado que tenham dedicação exclusiva. A intenção é mudar a cultura e fazer com que todos se preocupem e tenham algo a perder se um equipamento estragar e ficar meses fora de atividade.
Mas para que a engrenagem funcione é preciso a adesão de médicos, o que o governador acredita que vai ocorrer porque a categoria participou da elaboração do plano. Se depender dos discursos das lideranças no lançamento ontem, em Florianópolis, o otimismo é justificável.
Fonte: DC
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DC, 29/08/2013)
“Precisamos entender os números”
Presidente do TCE aponta a lista de questionamentos sobre o transporte público em Florianópolis como solução para decifrar a planilha de custos. E, assim, apontar se há ou não irregularidades.
Diário Catarinense – O que já se pode dizer sobre a auditoria do transporte público?
Salomão Ribas Júnior – Estamos na fase de levantamento e coleta de informações, ou seja, não temos conclusão. Mas é bem provável que a auditoria aponte para uma mudança do sistema. Dizer que as planilhas são uma caixa-preta já virou redundância, todo mundo sabe da complexidade desses documentos. Não adianta somente analisar as planilhas, precisamos entender de onde saíram os números que estão ali.
DC – E como se consegue chegar a essas informações?
Ribas Júnior – Temos uma lista de questionamentos, é o que está sendo apurado e sustentará o relatório que será elaborado após a etapa da auditoria in loco. São essas respostas que vão nos permitir entender os números da planilha.
DC – A licitação do transporte está prevista para ser lançada no mês que vem. Isso vai interferir no resultado da auditoria?
Ribas Júnior – Posso dizer que esse processo de licitação já está dentro da auditoria. Estamos acompanhando tudo e, inclusive, vamos examinar o edital antes de ser lançado.
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DC, 29/08/2013)